Setenta e cinco anos depois da sua criação, o jornal «Avante!» continua a ser apontado como um notável exemplo de imprensa clandestina a nível mundial. Uma data que os seus continuadores assinalam com o lançamento de um número comemorativo.
Criado em 15 de Fevereiro de 1931, o «Avante!», órgão central do Partido Comunista Português (PCP), permaneceu 43 anos na clandestinidade, acompanhando sempre o crescimento da formação política a cuja história está indissociavelmente ligado.
«Hoje mantém o seu carácter de classe, ligado às causas dos trabalhadores e às suas reivindicações, virado para o presente e para o futuro», lê-se na mais recente edição do famoso periódico que além de recordar a história do jornal, aborda a sua ligação ao meio operário, ou não tivessem sido os trabalhadores «os que produziram, distribuíram e leram o `Avante!´ na clandestinidade».
Assim, desde o lançamento do jornal que incitava o proletariado português para a organização e para a luta contra o fascismo, as páginas de hoje lembram «heróis» de outros tempos, que entregaram a sua vida à causa da classe operária, sem esquecer as tipografias clandestinas onde os militantes comunistas imprimiam as notícias que a censura queria esconder.
São também recordados nomes como José Moreira, Maria Machado, Joaquim Rafael e José Dias Coelho, apontados como fazendo parte do «património histórico» do jornal. E datas importantes como a saída do primeiro «Avante!» legal a 17 de Maio de 1974, que atingiu os 500 mil exemplares.
O histórico jornal, que nos últimos oito anos tem sido dirigido por José Casanova, foi e quer continuar a ser o veículo dos que não têm voz, uma «arma dos trabalhadores».
Assume-se, por isso, como um «jornal de classe», dos operários e dos trabalhadores. Como no tema da resistência anti-fascista, a desafiar: «Avante, camarada, avante, junta a tua à nossa voz!».
«Num momento, como hoje vivemos, em que a comunicação social fala muito mais de negócios do que de temas laborais e em que, nas televisões, nas rádios e nos jornais, as administrações das empresas merecem muito mais atenção do que os trabalhadores, o `Avante!´ é a voz que sobressai. Nas nossas páginas, por opção e por dever assumido, os trabalhadores e as suas estruturas estão primeiro», lê-se no último número da publicação. A luta promete continuar, sempre «Avante!».
Madalena Sampaio
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