Eugénio C. Almeida
Todavia, o que se vai passar n' A Gâmbia será tudo menos democracia.
Tudo porque a reeleição do golpista, autocrata, quiromante e senhor absoluto do País, Yahya Jammeh, está quase totalmente garantida.
O quase é para tornar um pouco credível a reeleição, até porque aparecem dois candidatos contra Jammeh: Ousaino Darboe, de 63 anos, que concorre pela quarta vez, e Hamat Bah, de 51, que vai na terceira tentativa. De notar que o (re)candidato presidente já está a caminho do garantido quarto mandato de cinco anos...
Tão garantido, que nem a CEDEAO se arrogou em apostrofar o simulacro a que chamam de eleições, abstendo-se, responsavelmente, de comparecer ao acto, evocando que as eleições não tinham garantidas os três principais factores que as deveriam caracterizar: livres, justas e transparentes.
Jammeh é visto como o governante que conseguiu garantir ao País um desenvolvimento como A Gâmbia, há muito, não via.
Mas se esse desenvolvimento é visível a população não consegue obter quaisquer dividendos justos. A maioria vive - ou subvive - com, somente, 2 USD por dia...
Além das eleições presidenciais, A Gâmbia também vai registar eleições parlamentares onde o partido actualmente no poder, Aliança para a Reorientação Patriótica e Construção (APRC), que já detinha 47 dos 53 assentos no Parlamento, irá conseguir aquilo que outros, ainda antes das suas, já dizem ir ter: a quase totalidade do Parlamento.
Quase, porque até ao fecho das urnas tudo pode acontecer.
É que os seis partidos oposicionistas fizeram saber que iriam boicotar as eleições, embora haja, e daí poder haver algum volte-face, quem defenda que, apesar de todas as justas críticas, ninguém deveria boicotar as eleições.
Ainda assim, de notar que apesar de rejeitar as críticas, a CNE local cancelou a votação em 25 dos 48 círculos nacionais.
Vamos aguardar para quem irão os 48 lugares em disputa directa, sabendo que 5 dos assentos são nomeados pelo presidente...
Eugénio C Almeida (http://elcalmeida.net)
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