Passada uma semana da degola de José Dirceu, compreende-se porque ele fez tanto esforço através de recursos ao Judiciário, para retardar a votação em plenário do processo de cassação, uma vez que já sabia qual seria o veredicto: para que não fosse esquecido como está ocorrendo agora, pois um político que não aparece na mídia, está morto. Também, felizmente não cumpriu a ameaça de dar um tiro na cabeça, caso ficasse fora da chapa para a presidência do PT.
No caso de Dirceu, há a necessidade de ser lembrado o máximo de tempo possível porque ele perderia os direitos políticos por oito anos e precisaria ter ainda alguma força, ao menos, dentro do partido, o que não foi o caso dos que renunciaram, como Valdemar Costa Neto, o ex-bispo Carlos Rodrigues, pois para a Igreja Universal, apenas o dinheiro dos fiéis é abençoado; Severino Cavalcanti, dobrando a língua, o comendador Severino Cavalcanti que recebeu das mãos do presidente Lula, o Corinthiano, a comenda do Rio Branco por relevantes serviços prestados ao país, de todos. Todos estes, ao renunciarem ao mandato, desejaram sim, ser esquecidos o mais depressa possível para que possam retornar em 2007, olhando seus críticos por cima.
Dirceu alegou que teve um julgamento político e que não havia ´provas que o ligassem ao mensalão, mas, o Congresso somente pode fazer julgamentos políticos como foi o caso do ex-presidente Fernando Collor que foi cassado, mas inocentado pelo Supremo Tribunal Federal. Quanto as provas, se José Dirceu consultar seus antigos livros de faculdade saberia que testemunho também é prova e que ficou evidenciado sua participação, através de vários deles.
Dirceu também declarou que nunca foi o primeiro-ministro, mas, em seu discurso de renúncia ao cargo de ministro, ele declarou que apreciou governar o Brasil e, de fato, com a reforma ministerial que se efetivou após sua saída, comprovou-se que todas as ações que o governo tomou, no início, com relação a parte administrativa, inchando a máquina do governo, foi por sua iniciativa.
No início do governo do PT, muitos companheiros desempregados pelo resultado das eleições em seus respectivos estados como Benedita da Silva, no Rio de Janeiro e Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, por exemplo, conseguiram um novo emprego, todavia, devido a sua importância dentro do partido, era preciso, no entanto, que fosse no primeiro escalão. Dessa forma, criou-se o Ministério da Assistência e Promoção Social, para Benedita e a Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, para Tarso, mas, para que não houvesse qualquer possibilidade de inveja entre os companheiros, as secretarias adquiriram status de ministério.
Não estaria muito equivocado, quem supusesse também, que foi Dirceu quem elaborou a Medida Provisória que deu status de ministro ao Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para que obtivesse foro privilegiado no caso das acusações que pendiam sobre ele, ou seja, oferecer uma blindagem a um companheiro em dificuldades.
È positivo para Lula que as declarações de Dirceu também estejam sendo esquecidas, pois como poderia ser explicado o fato de que o presidente não gosta de discutir assuntos complicados. Dessa forma, o povo poderia imaginar muitas coisas que ocorreriam no gabinete do presidente, como por exemplo o diálogo: Dirceu: Presidente, o senhor soube da nova salvaguarda que Kichner adotou? Lula: Companheiro Zé Dirceu, você viu o gol que o Tevez (atacante do Corinthians) perdeu?
Jose Schettini Petrópolis BRASIL
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