Já não existe nem ISIS nem ISIL jihadista na Síria e no Iraque. O pessoal que lidera a coisa declarou hoje, no altamente simbólico início do Ramadan, que eles são um novo califado:
"Assim sendo, tendo o Conselho Consultivo, a Shūrā do Estado Islâmico, estudado a questão, depois que o Estado Islâmico - pela graça de Alá - ganhou os atributos necessários para o khilāfah [califado], os muçulmanos estão em pecado se não tentam estabelecer-se. À luz do fato de que o Estado Islâmico não tem impedimento legal ou desculpa que justifique adiar ou descuidar do estabelecimento do khilāfah sem cair em pecado, o Estado Islâmico - representado por ahlul-halli-al-'aqd (seu povo de autoridade), que consiste de seus anciãos, líderes e o Conselho Shūrā - resolve anunciar o estabelecimento do khilāfah Islâmico, a criação de um califado para os muçulmanos e o juramento de fidelidade ao shaykh (xeique), ao mujāhid, o professor que pratica o que prega, o zelador, o líder, o guerreiro, o ressuscitador, descendente da família do Profeta, o escravo de Alá, da linhagem de Ibrāhīm Ibn 'Awwād Ibn Ibrāhīm Ibn 'Alī Ibn Muhammad al-Badrīal-Hāshimī al-Husaynī al-Qurashī, de Samarra por nascimento e criação, de Bagdá [al-Baghdādī] por residência e formação. E ele aceitou o bay'ah [juramento de fidelidade].
Assim sendo, é ele imã e califa de todos os muçulmanos em todos os lugares. Por isso, a expressão "Iraque e Levante" no nome do Estado Islâmico foi removido de todas as decisões e comunicações oficiais e, a partir da data dessa declaração, o nome é Estado Islâmico"
(PDF, em ing., em http://myreader.toile-libre.org/uploads/My_53b039f00cb03.pdf).
O "califado",[1] na sua própria autoconcepção, é a única entidade legal que governa sobre todos os muçulmanos.
Com essa declaração, al-Baghdadi também declarou guerra a todos os monarcas e outros governantes no Oriente Médio. O mais provável é que ele ordene jihad de ataque contra todos eles. Agora é possível que todos os países do Golfo que discordam desse novo Estado Islâmico unam-se.
Já há sinais disso. Já circulam notícias de que, ante o perigo, os sauditas até já aceitam deixar lá o primeiro-ministro Maliki do Iraque,[2] para um novo mandato. O que porá os sauditas em oposição a Washington a qual, por estúpido que seja, já 'exige' outra vez 'mudança de regime' no Iraque.
Será interessante ver a reação da Turquia, que serviu de base de retaguarda logística para o ex-ISIS, hoje ES [Estado Islâmico; ing. IS, Islamic State]. Erdogan com certeza não se incomodaria por causa de um novo califato, mas com certeza se incomodará se o califa não for ele. Assim sendo... Pode-se - pergunto! - esperar agora uma real resposta unificada, de todos os países do Oriente Médio, contra esse novo perigo? *****
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Califado
[2] https://twitter.com/HK2307/status/483139913575976960
29/6/2014, Moon of Alabama
http://www.moonofalabama.org/2014/06/will-the-new-caliphate-unite-the-middle-east-against-it.html
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