Por: Anna Malm
No Oriente Médio os navios de guerra, os porta-aviões e os submarinos estão se movimentando ou preparando-se para se movimentar. A situação é muito preocupante. Estão chegando notícias de que está havendo um aumento das atividades e não somente da retórica. Um jornalista bem qualificado e com muitos contatos no Oriente Médio, Albelbari Atwan informa que se nota um grande silêncio a respeito dos movimentos para a paz e ao mesmo tempo uma mobilidade fora do quotidiano em relação à concentração de manobras militares e navais no Golfo Árabe. Ele também comenta que as alianças e os alinhamentos são similares aos de março 2003, antes da guerra com o Iraque. [1]
O desenrolar dessas atividades e posições tem de ser contido antes que uma mobilização total, impossível de reverter seja uma realidade, penso eu. Uma situação que ganha suas próprias pernas e age por conta própria é um pesadelo que tem de ser evitado.
Pondo isso sem preâmbulos. A experiência mostra que os Estados Unidos, Israel e a OTAN estão preparando uma nova guerra. Quais são as conseqüências? Os que estão preparando esses movimentos letais parecem ter começado a acreditar de verdade nas suas próprias mentiras e propaganda, o que é compreensível psicologicamente e muito comum, mas que aqui toma proporções monstruosas. Para nossa desgraça eles também parecem não estar plenamente conscientes da totalidade das conseqüências das suas próprias ações, ou se estiverem, parecem balançar isso contra suas próprias justificações, que para começar já é um resultado de terem começado a acreditar nas suas próprias mentiras, ou para pôr isso neutralmente, na sua própria propaganda. A linha de separação aqui é muito tênue mas o resultado é o mesmo: - È um salve-se quem puder.
Eu gostaria de estar errada, mas infelizmente parece que não. Para uma avaliação desses pontos veja [2].
Avaliações estatísticas parecem explicar as causas. Fontes dignas de confiança apresentaram publicamente (2010-02-20) as seguintes avaliações e análises. [3]
Os Estados Unidos tem menos que 2% -(dois por cento) - do total das reservas mundiais de óleo e gás. O Oriente Médio tem 60% - (sessenta por cento) dessa reserva, sendo que o Irã sozinho tem dez pro cento 10% da reserva do Oriente Médio. Em outras palavras, o Irã tem cinco vezes mais capacidade nesse respeito que os Estados Unidos. Juntando a isso o fato de que 65 a 70% das reservas mundiais de óleo e gás estão em países Muçulmanos começa-se a compreender um pouco do que se passa.
Os navios de guerra, que, diga-se de passagem, são nucleares, os porta-aviões e os submarinos estão circulando como aves de rapina, mas há aqui um fator importante a tomar em consideração, penso eu. É o fato de que a retórica contra o Irã já vem há muito tempo, acentuando-se desde os finais de 2004. Isso mostra que os Estados Unidos (seguido dos seus afilhados) por alguma razão, precisam, ou pelo menos, deseja um consenso internacional. Os representantes dessa coalizão Mr. Obama e Mrs. Clinton (coalizão essa que não reconhecem como tal, mas que podemos ver com nossos próprios olhos) tentam tanto quanto podem conseguir um consenso de peso. Não só isso. Também parece que querem ser vistos como os resgatadores do mundo, salvando-nos a todos do perigo nuclear posto pelo Irão. Mas: -
- O Irã não tem armas nucleares. Pode ser que gostasse de ter, mas não tem.
Conquanto, a Holanda a Bélgica a Alemanha a Itália e a Turquia têm armas nucleares o que não deveriam ter - o que infringindo os tratados internacionais lhes foi concedido pelos Estados Unidos. [4].
Chama-se atenção para o fato que bombas nucleares estão armazenadas em bases militares na Itália, Bélgica, Alemanha e Holanda, sendo que esses países por si mesmos e cada um com a sua própria tecnologia têm capacidade de transportar e soltar essas bestas atômicas. Essas bombas podem a qualquer momento e em diversos pontos da Europa ser dirigidas ao Irão. Uma lista sobre quais os países que internacionalmente tem denominadas estaturas legais ou reconhecidas a respeito do poder atômico encontra-se em [4]
Chamando a atenção para um aspecto. O fato dos Estados Unidos quererem um consenso é importante ao meu ver porque é aqui que existe uma possibilidade de se fazer qualquer coisa para impedir uma guerra devastadora, pois seria uma guerra devastadora. Um ataque ao Irã iria devastar não só o Irão mas toda a Região. Uma guerra devastadora é o que na realidade poderia servir os interesses econômicos dos Estados Unidos ou a qualquer outro conquistador na situação sendo estudada que.
Grande parte do Oriente Médio regressaria a Idade Média. Depois disso seria para os conquistadores só desembarcar e tomar posse. Os novos colonizadores iriam em vez de embarcar ouro, prata e jóias preciosas, conquanto debochando dos infelizes nativos, embarcarem óleo e gás conquanto repreendendo os conquistados por ser um tamanho problema e uma afronta à paz internacional. O Irã é uma cultura muito antiga enquanto um Estado moderno sofisticado. Não deve ser posto de joelhos à força armada para abrir caminho para uma nova era de colonização e exploração brutal.
Diplomacia. Isso seria muito bom, mas aqui é bom ter em mente que nesse mundo não há muralha que seja tão alta que um burro carregado de ouro não consiga sobrevoar. Muitas muralhas, muito burros carregados de ouro e estaremos de novo na Idade Média.
Como no caso da Militarização da Política Externa dos Estados Unidos para salvação da sua economia precária acredito que o Brasil e os Brasileiros estejam numa posição excepcional para fazer qualquer coisa concreta à respeito.
HOJE IRÃ.
AMANHÃ QUEM?
REFERÊNCIAS:
[1] Albelbari Atwan, Ahmadinezhad Appeals for Al-Asad´s Help - in www.bariatwan.com 2010-02-12
[2] Prof. Michel Chossudovsky, VIDEO WILL US-NATO Start World War III by attacking Iran? Any kind of military action directed against Iran would immediately lead to escalation. www.globalresearch.ca 2010-02-20
[3] Ibid
[4] Prof Michel Chossudovsky, Europes Five Undeclared Nuclear Weapons States Are Turkey, Germany, Belgium, the Netherlands and Italy Nuclear Powers? in
www.globalresearch.ca 2010-02-12
OBS) O Centro de Pesquisas em Globalização é um Centro de Pesquisas trabalhando do Canadá.
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