George W. Bush se torna na sexta-feira o segundo presidente norte-americano a visitar o Vietnã depois da guerra entre os dois países, mas sem o acordo comercial com o qual Hanói esperava demarcar mais um passo adiante nas relações bilaterais. Pregando uma mensagem de livre-comércio, Bush participará da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), principal evento de uma semana de visita dele à Ásia, que termina na segunda-feira na Indonésia. "Ao se abrirem para o comércio, os países constróem riquezas e dão poder a seus cidadãos", disse Bush a uma multidão reunida na quinta-feira na Universidade Nacional de Cingapura.
Ao invés de ver as cicatrizes do passado, Bush prefere apresentar o Vietnã como um caso de economia emergente bem-sucedida. Mas o presidente, que acaba de perder a maioria no Congresso, chega a Hanói sem ter conseguido a aprovação nesta semana pela Câmara do acordo que normalizaria o comércio entre EUA e Vietnã.
Embora a Casa Branca preveja que o projeto ainda será aprovado, o fato de Bush viajar sem concluir a proposta ilustra as mudanças no cenário político em Washington.
Ontem o website oficial da Casa Branca colocou o desenho com as bandeiras dos países que o presidente pretende visitar na sua viagem Singapura, Vietnã e Indonésia. Só um problema: em vez de colocar bandeira actual do Vietnã, a Casa Branca pôs a imagem da bandeira antiga. Esta bandeira não tem valor desde o ano 1975, quando o Vietnã do Sul reuniu-se com o Vietnã do Norte. Este confusão provocou grande escandalo no governo do Vietnã. O representante diz: Este erro da Casa Branca pode iniciar o conflito entre EUA e Vietnã
Os EUA e o Vietnã restabeleceram relações diplomáticas em 1995, mas a primeira visita presidencial, de Bill Clinton, só ocorreu em 2000. Nas campanhas presidenciais de 2000 e 2004, Bush teve de enfrentar o tema da guerra do Vietnã, uma vez que seus adversários o acusavam de ter fugido do conflito. Na época, ele servia como piloto da Guarda Nacional Aérea do Texas, e não foi enviado à frente de combate.
A visita deve atrair comparações entre as guerras do Vietnã e do Iraque, em parte devido à impopularidade de ambas junto aos norte-americanos. Bush está sob pressão para rever sua estratégia no Iraque. O presidente também se reunirá com dirigentes vietnamitas, inclusive com o secretário-geral do Partido Comunista, num claro sinal de que estes são outros tempos nas relações entre os dois países.
No domingo, Bush vai de Hanói à Cidade de Ho Chi Minh (ex-Saigon), para visitar um museu, a Bolsa e um instituto de pesquisas médicas.
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