Sim à Paz! Não à NATO!

Sim à Paz! Não à NATO!

Não à cimeira belicista da NATO em Londres

A Organização do Tratado do Atlântico Norte - NATO - realiza uma cimeira nos dias 3 e 4 de Dezembro, em Londres, onde se assinalará, uma vez mais, os 70 anos da criação desde bloco político-militar belicista.

À semelhança de cimeiras anteriores, falar-se-á muito em «paz» e «segurança», mas as decisões que serão tomadas apontarão para o aumento das despesas militares, para novos e mais sofisticados armamentos, para o militarismo e a guerra.

Recorde-se que desde a sua formação em 1949, que incluiu Portugal, na altura sob uma ditadura fascista, a NATO é um instrumento ao serviço da política externa dos Estados Unidos da América e do seu complexo militar-industrial.

Ao longo das décadas, a NATO protagonizou e apoiou golpes de Estado, guerras de agressão e ocupações militares - como no Chipre, na Jugoslávia, no Afeganistão ou na Líbia -, sendo responsável por um imenso legado de morte, sofrimento e destruição, por milhões de desalojados e de refugiados.

A NATO não tem um carácter 'defensivo', é sim um bloco político-militar com vocação agressiva, que se concede o 'direito' de intervir militarmente em qualquer parte do mundo, sob um qualquer pretexto, desrespeitando os princípios da Carta das nações Unidas e o direito internacional que devem reger as relações entre países e salvaguardar a soberania e os direitos dos povos.

A NATO constitui a mais séria ameaça à paz e à segurança no mundo:

  • São dos EUA/NATO aesmagadora maioria das bases e instalações militares em território estrangeiroexistentes no mundo (perto de mil);
  • os 29 membros da NATO são responsáveis pormais de metade do total das despesas militares mundiais; assumindo os EUA, com 700 mil milhões de dólares, em 2019, mais de um terço do total;
  • a NATO fez sua aDoutrina Nucleardos EUA,que permite um primeiro ataque nucleardito «preventivo», inclusivamente contra Estados que não possuam este tipo de armamento;
  • os EUA/NATOtêm vindo a reforçar bases, frotas, contingentes e modernos meios militares junto às fronteiras da Rússia e da China, agravando a tensão no Leste da Europa e no Extremo Oriente;
  • o processo demilitarização da União Europeia constitui-se, apesar de diferenças, como o 'pilar europeu' da NATO, partilhando os seus propósitos belicistas;
  • através de sucessivos alargamentos, parcerias e acordos,a NATOestendeu a sua influência e área de intervenção a todo o mundo;
  • os EUA/NATO são responsáveis pelamilitarização do Espaço e do 'ciberespaço'e pela escalada nautilização militar de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial;
  • a NATO apoiou a decisão dos EUA de seretirarem doTratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, o que representa uma séria ameaça à paz.

Portugal deve estar do lado da paz e do desarmamento!

Portugal deve rejeitar o militarismo, a corrida aos armamentos, a guerra, incluindo a participação de forças portuguesas na agressão contra outros povos.

O Governo português, no respeito da Constituição da República Portuguesa, deve:

- pugnar pela independência nacional, pela solução pacífica dos conflitos internacionais, pela não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados, pela cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade;

- preconizar a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

Os tempos atuais, colocam como premente a luta pela paz, pela soberania, pela democracia, pelos direitos dos povos.

Há que evitar uma nova confrontação que teria consequências catastróficas para a humanidade!

Por muito fortes que sejam aqueles que apostam na guerra, ela não é inevitável. Cabe aos povos do mundo, unidos num amplo e ativo movimento em defesa da paz e do desarmamento, travar-lhes o passo!

As organizações subscritoras apelam à participação nas acções que terão lugar em Lisboa e no Porto, nos dias 3 e 4 de Dezembro 2019, sob a consigna Sim à Paz! Não à NATO!, e reafirmam a importância da defesa dos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas e no artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa - da soberania, da paz, da cooperação - certas de que continuam a ser estes os que melhor servem a causa da paz e as aspirações da Humanidade.

Em coerência, exigem:

  • adissolução da NATO;
  • ofim das guerras de agressãopromovidas pela NATO e os seus membros;
  • aabolição das armas nuclearese de outras armas de destruição massiva;
  • aassinatura e ratificação do Tratado de Proibição de Armas Nuclearespor parte das autoridades portuguesas;
  • odesmantelamento do sistema anti-míssil THAADque os EUA/NATO têm instalado, nomeadamente na Europa e na Ásia;
  • arejeição da militarização do espaço;
  • areversão do processo de militarização da União Europeia;
  • ofim da corrida aos armamentose a utilizaçãodas verbas para a resolução dos problemas que afligem os povos;
  • odesarmamento geral, simultâneo e controlado;
  • ofim da utilização de novas tecnologias para fins militares;
  • adefesa dos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa e na Carta das Nações Unidas e o direito internacional, com particular significado quando se assinalam os 45 anos da Revolução de Abril.

 

Organizações subscritoras (até o momento):

1.    Associação Água Pública

2.    Associação de Amizade Portugal - Cuba

3.    Associação Intervenção Democrática (ID)

4.    Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin

5.    Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira de Lisboa

6.    Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN)

7.    Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI)

8.    Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos

9.    Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC)

10. Ecolojovem - Os Verdes

11. Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações

12. Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas

13. Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais

14. Federação Portuguesa dos Sindicatos de Comércio, Escritórios e Serviços

15. Frente Anti-Racista (FAR)

16. Fundação José Saramago

17. Inter-Reformados / CGTP-IN

18. Juventude Comunista Portuguesa (JCP)

19. Movimento Democrático de Mulheres (MDM)

20. Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM)

21. Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal

22. Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa

23. União dos Sindicatos de Lisboa

24. União dos Sindicatos do Distrito de Leiria

Flávio Gonçalves

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey