O Brasil faz esforços para consolidar seu peso na região e, ao mesmo tempo, encontrar seu papel de uma potência a escala mundial. O presidente Luís Inácio Lula da Silva , a popularidade interna do qual está comparada aos êxitos diplomáticos, quer blindar o país no âmbito da defesa.
Para modernizar as Forças Armadas obsoletas, o presidente escolheu como o sócio estratégico a França.
O presidente, Nicolas Sarkozy, chega hoje a Brasília com uma visita oficial.Uns dias depois de declarar na cúpula de Costa do Sauípe a intenção da formar uma mega-organização latino-americana , sem a participação dos EUA e Canadá , mas inclusão de Cuba, Lula segue somando. Com Sarkozy pretende discutir duas questões.
Primeiro, abordaria o apoio de Bruxelas para converter-se no membro permanente do Conselho da Segurança da ONU. Segundo, firmaria os acordos estratégicos de defesa.
Em concreto o Brasil pretende comprar n a França quatro submarinos convencionais Scorpéne. Com a transmissão da tecnologia francesa , Brasília estará em condições de construir um submarino nuclear que poderia ser terminado em um prazo de 10 a 12 anos. O acordo inclui também a construção no território brasileiro de uns 50 helicópteros de transporte EC-725. A soma total do tratado poderia superar 3.000 bilhões de dólares.
A autonomia da França para vender a tecnologia foi determinante para o Brasil , que eliminou a Rússia do concurso de venda por negativa de Kremlin quanto à esse fator. A opção francesa eleita pelo Brasil contrasta com a aliança da Venezuela de Hugo Chávez com a Rússia.
Nos últimos meses o governo brasileiro desenvolve o ambicioso Plano de Defesa Nacional , apresentado por Lula na semana passada. Desta maneira inicia-se a modernização das suas Forças Armadas com o objetivo de preservar seus recursos naturais ricos , reposicionar seus efetivos militares e adquirir a autonomia tecnológica. A administração brasileira considera que este plano dá uma capacidade para poder dizer não a Washington.
Entre os principais novidades do plano, figura a redistribuição dos efetivos das suas Forças Armadas para proteger as zonas estratégicas. Assim, na zona fronteiriça da Amazônia o número de efetivos será aumentado de 17.000 até 25.000.
As reservas petrolíferas das zonas marítimas como Tupi, também serão prioritárias. Segundo o ministro de Defesa Nelson Jobim, a característica principal do novo Exército será a mobilidade, quer dizer, a conversão dos destacamentos militares em unidades da resposta rápida.
O plano prevê a permanência e o reforço do serviço militar obrigatório , descarta a inclusão das mulheres e incorpora somente como sugere ( e não como uma obrigação segundo o borrador inicial) a possibilidade dos jovens descartados do serviço militar, exercer um trabalho alternativo social. A nova estratégia militar defensiva de Lula potenciará também a indústria militar , tanto pública como privada, para contar com uma indústria bélica made in Brazil.
As Forças Armadas brasileiras não recebem investimentos de forma planificada e integrada desde há 30 anos, recorda Rodrigo Godoy, experto de defesa do jornal Estado de São Paulo. Como acredita o ministro Jobim, o Brasil pensa em grande.
E está de moda. É um softpower com uma imagem muito positiva no mundo, disse ao jornal La Nacion, Eduardo Viola , o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
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