A coprodução argentino-brasileira Habi, a estrangeira é uma das esperadas atrações do Festival de Cinema de Berlim, na mostra Panorama, não só por tratar do tema da mudança de identidade, como por ser a concretização de um recente projeto de cooperação cinematográfica entre o Brasil e a Argentina.
Rui Martins, de Berlim
A coprodução argentino-brasileira Habi, a estrangeira é uma das esperadas atrações do Festival de Cinema de Berlim, na mostra Panorama, não só por tratar do tema da mudança de identidade, como por ser a concretização de um recente projeto de cooperação cinematográfica entre o Brasil e a Argentina.
Habi tem também um produtor brasileiro de prestígio, Walter Salles. A diretora é a argentina Maria Florencia Alvarez, autora da saborosa história de uma jovem argentina do interior que, dentro da cidade grande, no caso Buenos Aires, rompe com seu passado e assume outra vida, outras roupas, outros amigos e outra crença.
Fazer como certos insetos, que se descartam de uma fase embrionária para se metamofosearem em algo diferente, é a tentação de muitos migrantes. O anonimato no novo país ou na nova cidade, permite, a quem quiser, se desvencilhar do passado e começar uma nova vida.
Assim, ocorre com Anália, jovem interiorana atraída pela oportunidade de se transformar em outra pessoa, no contato com seu novo mundo, a cidade grande. Por circunstâncias diversas, Anália vai a um velório de uma muçulmana e acaba recebendo algumas de suas roupas.
Curiosa, veste-se como a defunta e se deixa guiar pela nova indumentária, como se pela roupa se tivesse transformada em muçulmana. E cobre a cabeça com o chador, segundo o rito muçulmano, vai à mesquita e se identifica com as outras mulheres seguidoras de Alá como se fosse uma delas.
Fascinada por esse novo mundo, que lhe compensa a ruptura do passado com uma sensação de nova vida, se dá um outro nome Habiba Rafat. Para sobreviver nessa nova identidade, consegue um emprego num supermercado árabe, aluga um lugar para morar, onde pode viver só pela primeira vez, passa a ter uma amiga muçulmana, Yasmin, e tudo parece funcionar nessa nova vida, até se apaixonar por um jovem libanês.
Habi é o primeiro-longa metragem de Maria Florenzia Alvarez.
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