A Polícia Federal brasileira anunciou nesta quinta-feira (12) a detenção em Pernambuco de uma quadrilha de 23 pessoas suspeita de envolvimento com um grupo de extermínio que teria matado mil pessoas nos últimos cinco anos.
A PF chamou a quadrilha de "Homicídios S.A.". Entre os presos há pistoleiros, policiais e empresários. O bando cobrava de R$ 1.000 a R$ 5.000 para matar. Entre os detidos, estão suspeitos já com antecedentes criminais, mas também empresários, proprietários rurais e até polícias, segundo informações oficiais.
Um grupo de 200 agentes federais de Pernambuco, Alagoas, Ceará, Brasília, Paraíba e Rio Grande do Norte, além de 30 PMs pernambucanos, formaram o grupo que executou a Operação Aveloz. Além das prisões, eles cumpriram 48 mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo bancário e fiscal, bloqueio de contas correntes e seqüestro de bens.
As investigações começaram em maio de 2006, depois de policiais perceberem que os mesmos nomes de suspeitos estavam sendo mencionados por testemunhas de crimes que, teoricamente, não estavam ligados. O superintendente da PF em Pernambuco, Jorge Pontes, disse que a quadrilha agia como uma empresa especializada em assassinatos por encomenda. O esquema incluía pistoleiros, financiadores, motoristas e até pessoas encarregadas de fornecer e esconder armas para os criminosos.
As investigações mostraram que os integrantes do grupo cometiam quatro homicídios por semana. Somente em 2006, a quadrilha teria cometido 200 assassinatos. "Era como uma sociedade anônima do homicídio. Podemos chamar a quadrilha de Homicídios S.A.", definiu o superintendente. "Se matavam quatro por semana, em cinco anos o número deve chegar a mil", afirmou Pontes.
A quadrilha cobrava de R$ 1.000 a R$ 5.000 por cada morte encomendada. Empresários e agiotas seriam os principais clientes do grupo, que também estaria agindo no Pará e em Alagoas.
Os presos podem ser indiciados pelos crimes de homicídio, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Se condenados, as penas dos integrantes podem variar entre três e 30 anos de prisão.
O nome da operação, Aveloz, vem de uma planta típica do Agreste e Sertão nordestinos. O aveloz tem uso fitoterápico e, segundo a cultura popular, serviria para a cura de câncer.
Fonte G-1
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