Começa Festival de Cinema de Mar del Plata que tem Cacá Diegues na competição oficial

Ontem à noite na Argentina começou o Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata. O festival vai até o dia 18 deste mês e terá a exibição de aproximadamente trezentos filmes de 56 países.

A inauguração do festival sofreu algumas mudanças em relação ao previsto em função do temporal que castigou o balneário de Mar del Plata, localizado no litoral atlântico argentino.

Com os anos, o evento tornou-se um ponto de encontro dos produtores da América Latina, disse na cerimônia de abertura seu diretor artístico, o cineasta argentino Miguel Pereira.

O prêmio dessa competição, de US$ 50.000, é o que os jovens latino-americanos precisam para seus novos projetos" e para a distribuição de seus filmes em um mercado freqüentemente difícil, disse Pereira.

A seleção latino-americana conta com "Baixio das bestas", de Cláudio Assis, "O Céu de Suely", de Karim Aïnouz, e "Sonhos e Desejos", de Marcelo Santiago.

Na competição vai participar o filme do cineasta brasileiro Cacá Diegues "O maior amor do mundo". O novo filme de Cacá Diegues, depois de ganhar três prêmios internacionais, entre eles o de Melhor filme em Montreal, é escolhido um dos melhores filmes do ano por Artur Xexéo, colunista e editor do jornal "O Globo". Carlos Diegues, diretor do filme, será também membro do Júri na competição latino-americana, um evento paralelo ao festival.

Carlos Diegues nasceu em Maceió (Alagoas) em 1940, mas vive no Rio de Janeiro desde os 6 anos de idade. Ele foi um dos fundadores e líderes do Cinema Novo, movimento que revolucionou o cinema brasileiro, a partir dos anos 1960, e apresentou ao mundo diretores como Glauber Rocha, Paulo César Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman, entre outros.

Cacá, como é conhecido, iniciou sua carreira como diretor de um episódio do filme “Cinco Vezes Favela” (1961), produzido pela União Nacional dos Estudantes (UNE), e, em seguida, com “Ganga Zumba” (1964), seu primeiro longa-metragem. Foi a gênese de um projeto de cinema que sempre buscou aliar qualidade artística e atração do público.

Entre seus filmes mais conhecidos, estão “A Grande Cidade” (1966), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Chuvas de Verão” (1978), “Bye Bye Brasil” (1980), “Quilombo” (1984), “Um Trem para as Estrelas” (1987), “Veja Esta Canção” (1994), “Tieta do Agreste” (1996), “Orfeu” (1999) e “Deus é Brasileiro” (2003).

O cineasta considera “O Maior Amor do Mundo”, seu 16º longa-metragem, um de seus trabalhos mais pessoais. Ele escreveu o roteiro sozinho, fato incomum em sua carreira, e usou experiências vividas por sua geração para criar a trajetória do protagonista Antonio.

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Author`s name Ekaterina Spitcina
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