Nova lente melhora visão no PC

Além da catarata a nova lente corrige presbiopia, permitindo maior visão de profundidade e adaptação às variações de iluminação no PC. No Brasil 2/3 dos aposentados exercem atividades em casa e necessitam de boa visão no computador.

A partir dos 40 anos, cedo ou tarde, toda pessoa tem presbiopia ou vista cansada que é a dificuldade de enxergar de perto. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a presbiopia é decorrente do envelhecimento do cristalino (membrana responsável pelo foco) e da musculatura ocular que perdem a flexibilidade e passam a dificultar a visão de perto. O distúrbio acontece mesmo com quem nunca usou óculos e transforma num verdadeiro tormento a leitura, uso do computador, iphone, GPS entre outras atividades próximas. A doença cresce no mundo todo alavancada pelo envelhecimento da população. No Brasil, censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que hoje cerca de 51 milhões de pessoas têm idade acima de 40 anos, ou seja, 26% da população não enxerga bem de perto e este número tende a crescer.

Queiroz Neto afirma que as cirurgias para eliminar a presbiopia – Lasik e Preslasik funcionam como um botox, ou seja, têm efeito temporário. Isso porque, explica, nas duas técnicas cirúrgicas é aplicado laser na córnea visando melhorar a visão de perto. O problema, ressalta, é que na presbiopia ocorre uma alteração no cristalino que tende a aumentar até a idade de 70 anos. Para piorar, ele diz que a partir dos 60 anos surge a catarata, opacificação do cristalino que é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como causa de 48% da cegueira no mundo. No Brasil são 120 mil novos casos ao ano, atinge 17% das pessoas com até 65 anos e salta para 47% na população entre 65 e 74 anos, segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). O médico afirma que a boa notícia é que acaba de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) uma nova lente intra-ocular que corrige os dois problemas – presbiopia e catarata.

Sindrome da visão no computador é menor

Esta é a terceira geração de multifocal introduzida no Brasil. Segundo Queiroz Neto, a principal diferença em relação às gerações anteriores é o aumento da visão de profundidade. Isso significa melhor visão intermediária que é fundamental para evitar a síndrome da visão no computador (CVS) nos 2/3 dos aposentados que permanecem em atividade e muitas vezes dependem do computador.

Um estudo conduzido por Queiroz Neto com 620 micreiros na faixa etária acima de 40 anos, mostra que a CVS prejudica entre 20% e 40% da produtividade de quem já passou dos 40 anos de idade. Outro ponto, observa, é o esforço visual para adaptar a visão aos diferentes níveis de iluminação do monitor que aumenta com a idade. A nova lente tem uma zona óptica para perto maior que a versão anterior. Por isso, explica, tem capacidade adicional de regular a quantidade de luz que chega à retina. Isso permite menos esforço da musculatura ciliar e dos músculos ao redor dos olhos, diminuindo a fadiga visual no computador. Ele diz que a lente corrige até 14 graus de miopia e 8 de astigmatismo. Além disso, elimina aberrações oculares que aparecem melhorar a visão noturna e de contraste. Por isso, permite a um executivo de 60 anos ou mais o mesmo desempenho de uma pessoa com 20 anos de idade. É um ganho fundamental para manter a competitividade, ressalta.

Cuide-se

Queiroz Neto afirma que não há como evitar a presbiopia e a catarata, mas estas doenças podem aparecer precocemente. As dicas para proteger o cristalino são:

Fatores de risco

Exposição excessiva ao sol

Consumo excessivo de sal

Bebidas alcoólicas

Alimentação desbalanceada

Tabagismo

Diabetes

Cuidados

Use boné, lentes com proteção UV, chapéu

Retire o saleiro da mesa

Evite exageros

Adicione verduras e legumes ricos em vitaminas A, E, C às refeições

Faça exames de sangue periódicos

O ideal, comenta, é fazer a cirurgia quando a doença começa a atrapalhar a qualidade de vida e produtividade. O procedimento é ambulatorial e realizado por um aparelho de ultra-som, o facoemulsificador, que aspira o cristalino e injeta a lente atrás da íris (parte colorida dos olhos) após a instilação de colírio anestésico pelo médico. O resultado é bastante previsível, mas o sucesso da cirurgia depende de exames clínicos e biometria de imersão que aumenta em cinco vezes a precisão do cálculo da lente a ser implantada. Hoje já é possível retornar ao trabalho em 24 horas, mas a recuperação total só acontece em uma semana.

Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação

eutropia@uol,com.br

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey