De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o maior problema no frio são as aglomerações em ambientes pouco arejados que facilitam a proliferação de vírus. Além disso, a baixa umidade do ar reduz as defesas do organismo e resseca todas as mucosas, inclusive a lágrima que tem a função de proteger a superfície ocular. Resultado: Nesta época do ano, o ressecamento dos olhos associado à gripe ou resfriado dobra o risco de contrair conjuntivite viral.
Isso porque, explica, apesar da conjuntivite ser causada por adenovirus, a gripe pelo influenza e o resfriado pelo rinovirus, as doenças das vias respiratórias são um claro sinal de baixa imunidade e maior vulnerabilidade dos olhos. Os grupos mais atingidos são: Mulheres na pós-menopausa que têm redução da produção lacrimal, crianças que estão com o campo imunológico em desenvolvimento e idosos que têm o organismo mais frágil. Dos três, comenta, as crianças são as que melhor reagem porque tomam diversas vacinas que as tornam mais resistentes.
Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção transparente e fotofobia (aversão à luz). Por ser altamente contagiosa, observa, é um importante fator de afastamento do trabalho que pode durar de três a quatro semanas.
Queiroz Neto afirma que nas empresas os maiores veículos de contaminação são os teclados de computador, mouse e interruptores de luz. O especialista também chama a atenção para os carrinhos de supermercado e balcões do varejo. Engana-se quem pensa que passar álcool nos objetos elimina vírus. A dica para evitar o contágio é lavar as mãos com freqüência, principalmente depois de usar objetos que foram manuseados por outras pessoas e ingerir bastante água para manter a hidratação.
O tratamento da conjuntivite viral é feito com compressas geladas, lubrificação intensa e colírios antiinflamatórios que aliviam os sintomas, mas só devem ser usados sob prescrição e acompanhamento médico. O especialista também recomenda uso de óculos escuros que além de melhorar o conforto evitam a proliferação de vírus pela exposição à radiação ultravioleta. Um erro comum cometido por muitas pessoas, afirma, é usar água boricada que aumenta a irritação e pode causar alergia. Como toda doença viral, ressalta, a conjuntivite tem seus sintomas controlados pelos medicamentos, mas o vírus pode criar resistência mesmo sob medicação. Por isso, há casos em que se formam membranas na conjuntiva que exigem tratamento com corticóide e até aplicação de laser para remover opacidades que reduzem a acuidade visual.
Doenças respiratórias predispõem à alergia ocular
No Brasil 20% da população tem algum tipo de alergia, sendo que as de maior incidência são a asma e rinite alérgica de acordo com o ISSAC (Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância). Desses, 6 em cada 10 apresentam alergia nos olhos. Queiroz Neto afirma que os sintomas são: coceira, ardência, olhos vermelhos, lacrimejamento, sensibilidade à luz, leve inchaço da pálpebra e diminuição da acuidade visual. Embora não seja uma doença grave é recorrente e pode levar ao ceratocone, principal causa do transplante de córnea. Isso porque, o hábito de coçar os olhos afina a parte central da córnea que toma a forma de um cone e leva à visão desfocada para perto e longe. A recomendação é evitar coçar os olhos, ambientes fechados, poeira, contato com animais e plantas.
As principais dicas do médico para reforçar a imunidade no inverno são:
Tomar vacina anualmente para gripe no outono
Lavar as mãos com freqüência.
Praticar exercícios moderados e constantes.
Evitar exercícios muito intensos que reduzem a resistência e engordam.
Não permanecer muito tempo sem se alimentar
Beber bastante líquido.
Evitar aglomerações em locais mal ventilados.
Dormir regularmente.
Eutrópia Turazzi LDC Comunicação
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