No artigo publicado na revista científica New Journal of Physics o físico Yuki Sagiyama, da Universidade de Nagoya, no Japão, descobriu que o verdadeiro motivo dos congestionamentos em grandes centros urbanos é justamente o efeito borboleta causado pelo grande número de veículos em circulação, segundo G-1.
Ele afirma que as leis da física também podem resolver este problema. O efeito borboleta não é apenas o título de um filme famoso, mas também uma teoria sobre reações em cadeia que usa, como exemplo, a hipótese de que o bater de asas de uma borboleta pode causar um furação do outro lado do mundo.
Um pequeno problema em um ponto do tráfego pode causar um grande engarrafamento do outro lado.
Quem mora nos grandes centros já passou pela experiência do trânsito desacelerar repentinamente e os carros passam a formar filas sem motivo aparente. Não há obras em andamento ou acidentes que expliquem o motivo.
Yuki explica que o trânsito pode ser explicado através das teorias que governam os movimentos de diversos tipos de partículas em sistemas fechados. A mais minúscula flutuação pode gerar efeitos borboleta que congelam o sistema inteiro.
Seguindo este raciocínio, as pequenas variações de velocidade nos automóveis dos grandes centros brasileiros causam os engarrafamentos. A cada frenagem de um único carro, os demais atrás dele também são obrigados a brecar até que, a uma grande distância, o excesso de automóveis congestiona todo o trânsito.
Para colocar a teoria à prova o cientista utilizou 22 veículos em uma pista circular de 230 m de perímetro. Os pilotos deveriam procurar manter a velocidade sempre nos 30 km/h. Apesar do tráfego estar inicialmente livre, o fato de um único motorista diminuir a velocidade para conseguir permanecer a 30km/h fez todos os demais pararem momentaneamente.
Mesmo que nos experimentos o engarrafamento não tenha sido muito expressivo, Yuki entende que o mesmo princípio se aplica ao tráfego nas grandes cidades. Quando um grande número de carros, que ultrapassam a capacidade das vias, é colocado em consecutivamente nas ruas, a densidade ultrapassa o valor crítico e o tráfego livre torna-se instável, explicou.
O artigo afirma que as próprias leis da física que causam o problema dos engarrafamentos também podem evitá-los. O cálculo da densidade crítica das pistas permitiria planejar intra-estruturas de trânsito que permitissem circular todos os veículos, ou então, evitar que um grande número de automóveis tenha acesso às vias.
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