A múmia do faraó Tutankamon foi exposta pela primeira vez este domingo no Egipto, mas o rosto do faraó nunca havia sido exibido em público. Acredita-se que antes de domingo apenas 50 pessoas o tinham visto.
A múmia de Tutankamon foi exumada do seu sarcófago e, logo depois, depositada numa nova urna, em vidro, a poucos metros de distância, onde a partir de agora ficará em exposição. Desde que foi descoberto, em 1922, por Howard Carter, Tutankamon fora visto apenas por especialistas, ao todo não mais de 50 pessoas em 85 anos. Agora, pela primeira vez na história, o rosto do jovem faraó que reinou no Egipto entre 1333 e 1324 a.C. pode ser admirado publicamente.
Tudo aconteceu dentro do túmulo do faraó, em pleno Vale dos Reis, onde a múmia tem repousado. Uma equipa de arqueólogos coordenou o levantamento do sarcófago de pedra, o único que se mantém no túmulo (os restantes estão expostos na colecção permanente do Museu do Cairo). O levantar da pesada tampa revelou imediatamente o corpo enegrecido de Tutankamon, embrulhado em mortalhas nas quais tem sido acondicionado. Em poucos minutos, a múmia foi transferida para uma nova urna, em vidro, preparada para manter constantes os valores de temperatura e humidade.
Temperatura e humidade foram, na verdade, os motores dos acontecimentos de ontem. Em 2005, ao proceder a uma série de estudos sobre os restos mortais do faraó, a equipa chefiada por Zahi Hawass, o responsavel pelo corpo, reparou em sinais preocupantes que denunciavam indícios de deterioração do corpo. O elevado número de visitantes que, diariamente, visita o pequeno túmulo de Tutankamon mantém, acima de valores ideais, os valores de temperatura e humidade naquele pequeno espaço. E, segundo revelou ontem o egiptólogo, a adiar-se uma intervenção, a múmia poderia atingir um estado irreversível dentro de 50 anos.
Não foi por acaso que foi escolhido o dia de ontem para proceder à mudança do local de repouso da múmia. A data assinalava os 85 anos do dia em que o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou o túmulo.
Nas imediações do túmulo e entre o acervo recolhido desde 1922 continuam a fazer-se descobertas. Entre as últimas revelações apontou os selos de Tutankamon encontrados em 20 potes de barro que se crê conterem provisões destinadas à viagem do faraó para o além, e que brevemente serão abertos. No passado mês de Setembro foram encontrados oito cestos com tâmaras (fruto então vulgar- mente "oferecido" em funerais).
"O menino de ouro", como Hawass chama a Tutankamon, "tem magia e mistério". E com esta acção, frisa a forma como o "Egipto protege este menino de ouro". Hawass rematou a intervenção, convidando turistas de todo o mundo a ir vê-lo, exposto, agora e sempre no seu túmulo.
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