Dois helicópteros de uma expedição russa chegaram hoje pela primeira vez ao Pólo Sul, informou a Associação de Exploradores Polares da Rússia.Os dois helicópteros Mi-8, que levavam expedicionários russos, aterrissaram às 4h (em Brasília) na Antártida em uma localidade que fica 2.835 metros acima do nível do mar, junto à estação polar americana Amundsen-Scott.
"Desta forma, terminou uma etapa crucial da missão aérea que é parte da 52ª expedição russa na Antártida", disse à agência oficial "Itar-Tass" o vice-presidente da associação, Vladimir Strugatski.Strugatski explicou que os helicópteros saíram da América do Sul, atravessaram o estreito de Drake e, após cobrir uma distância de 4 mil quilômetros, pousaram no ponto geográfico onde todos os meridianos da Terra se juntam.
Uma particularidade dessa expedição é que os dois helicópteros pertencem ao Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antigo KGB), ao qual também está subordinado o Serviço Federal de Guarda de Fronteiras.
O deputado e veterano expedicionário Artur Chilingarov, chefe da missão aérea, e o presidente da Organização Meteorológica Mundial, o russo Alexandr Bednitski, chegaram ao Pólo Sul a bordo dos helicópteros.
Com eles, entre outros especialistas, voaram para a Antártida o diretor do FSB, Nikolai Patrushev, e o chefe do órgão protetor das fronteiras russas, Vladimir Pronichev.Após a aterrissagem no Pólo sul, os integrantes da missão aérea polar se reuniram com os cientistas americanos da estação Amundsen-Scott.A Rússia, herdeira das conquistas soviéticas na Antártida, continua as pesquisas científicas em seis das oito estações que a URSS mantinha no continente.
Quatro delas operam durante todo o ano com cerca de 90 especialistas, e outras duas funcionam apenas durante o verão antártico, quando o número de cientistas chega a 170.
As bases russas na Antártida desenvolvem um amplo programa de pesquisas científicas polares, como o monitoramento do equilíbrio energético da atmosfera, das mudanças da camada de ozônio, das anomalias geomagnéticas e a realização de perfurações profundas dos glaciares.
Esta é a 52ª expedição russa à Antártida, e os cientistas que a integram tem o objetivo de obter amostras da água do lago subterrâneo Vostok, situado no centro do continente gelado.
Com 200 quilômetros de comprimento, 50 de largura e 500 metros de profundidade, o lago Vostok é uma massa de água doce em estado líquido sob uma camada de gelo de 3.700 metros de espessura.
Descoberto em 1957 por cientistas soviéticos sob a base de mesmo nome, o lago Vostok ("Oriente", em russo) foi incluído na lista das descobertas geográficas mais importantes do século XX.
Espera-se que a Expedição-52 consiga perfurar, com instrumentos especiais para evitar a contaminação, os cerca de cem metros de gelo que restam para chegar até o lago subterrâneo e colher uma amostra de água, a mais pura e antiga do mundo.
As amostras de gelo colhido próximo à superfície do lago têm 420 mil anos de idade e acredita-se que o reservatório natural permaneceu isolado sob a placa de gelo por entre 500 mil e mais de um milhão de anos.
EFE
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