Por que alguns leões desenvolvem jubas espessas e escuras, e outros, não.
Com certeza o leitor já viu algum documentário na TV, daqueles com fartura de câmera lenta, associando as madeixas leoninas com exuberância e dominância sexual. Nessa visão, juba é coisa de macho alfa, ponto. Fruto óbvio da seleção sexual: as leoas preferem os cabeludos, assim como pavoas preferem os donos de caudas vistosas.
Como explicar, então, os leões predominantemente com pouca ou nenhuma juba de lugares como Tsavo, no Quênia? A polêmica se arrasta pelo menos desde 1833, quando saiu no periódico Journal of Zoology (quando a publicação ainda se chamava Proceedings of the Zoological Society of London). A mesma revista publica agora um artigo cujos autores acreditam ter descoberto a solução para o enigma.
Simples: os leões com maiores jubas vivem nas altitudes mais altas. Abaixo dos 800 metros, nas regiões equatoriais, os machos começam a desenvolver a pelagem mais tarde, até mesmo depois da maturidade sexual (5-7 anos), e seu crescimento é mais lento do que em seus pares de terras mais altas.
Isso quer dizer que, no Tsavo, leão com muita juba é leão velhinho, que já deixou de dar no couro. Mais uma instância do bom e velho dito: as aparências enganam.
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