Bacalhau pode tornar-se um «prato» do passado em 15 anos

Os oceanos e comunidades piscatórias estão a distruir-se, desaparecem muitos espécies de peixe, como é o caso do bacalhau, que adoram todos os portugueses, denunciou a organização ambientalista WWF. O bacalhau está já classificado como «Vulnerável» e pode tornar-se um «prato» do passado em apenas 15 anos, alerta a WWF. A Europa representa 70 a 80 por cento do mercado mundial de bacalhau, com os britânicos a consumirem um terço do total capturado.

Em média, os europeus consomem 22 quilos de peixe por ano, mas os portugueses estão bem acima desta média, com 56 quilos. Taxas de consumo mais altas, só as que se registam na Rússia, Noruega e Islândia, onde os habitantes comem 90 quilos de peixe por ano.

Em 2004, a frota europeia pescou 13,4 milhões de toneladas de peixe, 16 por cento do total mundial.

Segundo escreve Portugal Diário, o relatório da WWF passa em revista seis dos pratos favoritos dos europeus (o britânico «fish and chips», o bife de espadarte, a «paella», o italiano «linguini» de lagostim, o «sushi» e «sashimi» e os filetes de solha) e alerta para a necessidade urgente dos governos reverem a gestão das pescas, face ao esgotamento dos bancos pesqueiros.

No caso da solha e do linguado, apreciados pela sua carne branca de sabor suave, a maior parte das capturas provêm do tipo de pesca mais esbanjadora da Europa: 80 por cento das solhas pescadas no mar do Norte são deitadas fora, mortas ou a morrer, por serem demasiado pequenas ou menos valiosa do que o resto do pescado.

O popular bife de espadarte também tem custos elevados para a vida marinha. As capturas ilegais em Marrocos, cujo alvo é o mercado europeu, representam a morte de dois tubarões por cada espadarte, matando 100 mil tubarões por ano.

Especialmente valorizado no «sushi» e no «sashimi», o atum está a ser dizimado pela pesca clandestina. Quase um terço da captura mundial de atum, o peixe mais valioso do mercado, provém de pesca ilegal ou não declarada, a maior parte feita pelas frotas europeias.

A captura de marisco também deixa a sua marca no ambiente marinho. No caso do lagostim, a pesca de arrasto de fundo dizima o leito dos oceanos e os seus habitantes, como estrelas-do-mar, bivalves e outros crustáceos.

Na África Ocidental, as frotas europeias pescam vários tipos de peixes, camarões e lulas, que constituem ingredientes da clássica «paella».

Estes navios estão a esgotar os recursos marinhos da região, ameaçando a segurança e a base alimentar de alguns países.

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Author`s name Ekaterina Spitcina
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