Sempre que uma fonte da média internacional permite ao Gary Kasparov espaço para expor as suas opiniões, é um sinal esta mesmo fonte caiu no enredo, providenciando mais achas para este campeão de auto-promoção lançar na fogueira de banalidade, este cujo único objetivo na vida é a divulgação de si próprio, seja através de vôos de fantasia, ou egomania os primeiros estágios da doença de Alzheimer.
As vítimas são os idiotas que dão ao Kasparov tempo e o espaço, Kasparov sendo um monumental desperdício de ambos. O mais recente meio de comunicação que entrou na fila para permitir que esee azeri proclamasse seus direitos sobre a Rússia e os russos foi a publicação internacional Metro, edição portuguesa na terça-feira 6 de abril, com uma manchete enorme "Da Rússia com Amor".
Só aí podemos ver a intenção: remontar à temática da Guerra Fria, perpetuar a velha idéia de que a Rússia é ruim, é triste a Rússia e a Rússia precisa de mudar.
Ao utilizar alguém que, cada vez que ele abre a boca, estraga a aura que ele construiu como guru mundial de xadrez em 1985, qualquer jornal que dá espaço a Kasparov garante o mesmo resultado: como tantos outros ex-seja-o-que-for que se aventuram na política, uma entrevista com Gary Kasparov é amadora, grosseira e condescendente. Vamos ver.
Neste caso, um quarto de uma página é suficiente para produzir sete soundbites, sete frases e sete disparates, do tipo que são manifestamente menos inteligentes que os rabiscos de um hooligan de futebol em alguma parede usando uma lata de tinta spray.
A entrevista, conduzida por Elisabeth Braun (MWN) começa muito bem, com Kasparov a proferir um puplo-disparate numa só frase:
1. "... A Rússia tem de se tornar uma democracia real, porque se não haverá um colapso como a União Soviética"
Pimba! Que absoluta inanidade. A Rússia tem um sistema eleitoral democrático como qualquer outro país democrático, tem um espectro político pluralista de partidos, e não dois principais partidos apenas, tem quatro e, infelizmente para ele, Kasparov está longe de ser visto em qualquer um deles, não conseguiu reunir sequer um reles três por cento do sufrágio popular. E mais, nunca vai conseguir, nem que continue por mil anos. Vladimir Putin foi eleito presidente em uma votação livre e justa, democrática por uma grande margem, duas vezes, como foi seu sucessor, Dmitry Medvedev.
Quanto ao "colapso" da União Soviética, esta frase, reiterado inúmeras vezes por jornalistas e formadores de opinião com agendas pessoais, é como dizer que Hitler era uma fada madrinha, Genghis Khan foi um bailarino, George Bush era um gênio ou Condoleeza Rice sabia que raio estava a fazer.
A dissolução voluntária da União foi prevista na Constituição soviética e foi realizada sob a Constituição, embora contra a vontade da maioria dos seus cidadãos. Esta foi a paródia de democracia. Não houve qualquer colapso".
2. "O regime atual é incapaz de lidar com o poder da China e problemas internos, como o fundamentalismo islâmico"
Esse tipo de declaração é um exemplo evidente da ignorância e vazio insípido deste voyeur apalhaçado da cena política russa. O poder da China é o resultado de políticas sensatas adoptadas ao longo dos últimos cinqüenta anos pelo Partido Comunista Chinês. Ponto final. Quanto ao fundamentalismo islâmico, o punhado de assassinos, seqüestradores e traficantes está prestes a ser destruído e exterminado como os vermes que são. Vejam este espaço .
3. "Eu não estou aqui para ganhar as eleições"
Ainda bem, então porque quem não consegue reunir três por cento dos votos não é lá grande coisa agora, não é? Xeque-mate.
4. "O Kremlin tem lapsos freudianos e, por vezes, ainda chama o presidente Vladimir Putin"
Interessante. Seria fascinante ver uma única frase como uma fonte credível e não do tipo alguém disse que o cunhado da prima do padeiro tinha ouvido
Assim, o Presidente Medvedev se refere ao primeiro-ministro Vladimir Putin como Presidente? E se o Kasparov fosse beijar os pés de Karpov, um homem e ser humano muito superior, e o chamasse de "mestre"?
5. "Estou angariando assinaturas para pedir a renúncia de Putin"
Quantas? Duas? Ou três?
6. "É engraçado que ninguém pede demissão de Medvedev. Isso mostra quem está no comando. (Putin)"
Ei? Diga lá outra vez? É parvo, ou quê?
7. "Quando a Rússia tiver eleições livres, a minha missão não será mais necessária"
A Rússia já o faz e teve eleições livres e justas de acordo com todos os observadores internacionais por um bom tempo.
Em conclusão, Kasparov é uma piada mas sem graça. É o palhaço velho e triste que já não faz rir. Sete frases, sete disparates. Quem será o próximo a dar-lhe espaço, arruinando sua credibilidade no processo?
Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
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