O primeiro-ministro do governo russo disse que certas organizações não-governamentais na Rússia estavam envolvidas num processo de separar diversas repúblicas da Rússia se esta não tivesse defendido a Ossétia do Sul.
"Identificamos a inserção de organizações não-governamentais em diversas repúblicas do Norte do Cáucaso as quais, a pretexto da inação da Rússia na Ossétia do Sul, pretendiam fazer com que essas repúblicas se retirassem da Federação Russa," disse o primeiro-ministro. "Se a Rússia não tivesse defendido a Ossétia do Sul, teria sofrido um segundo ataque, e a situação no Norte do Cáucaso teria sido desestabilizada," acrescentou Putin.
Putin declarou que foram os Estados Unidos que instigaram a Geórgia para que agredisse a Ossétia do Sul.
"Parceiros estadunidenses foram preparando as forças armadas georgianas, investindo muito dinheiro e mandando numerosos instrutores para ali, para mobilização do exército. Eles simplesmente impeliram um dos lados em conflito o lado georgiano rumo a ações agressivas," disse Putin.
A Rússia reagiu adequadamente à agressão da Geórgia na Ossétia do Sul, porque a Geórgia usou artilharia pesada contra civis.
"Queriam que usássemos canivetes para lutar nessas circunstâncias? O que seria considerado uso adequado da força, quando eles usaram tanques e artilharia pesada contra nós? Queriam que atirássemos com estilingues numa situação dessas? As tropas georgianas tinham que receber um bom soco no rosto isso é o que elas deveriam esperar receber," disse Putin.
O premier russo enfatizou que a Rússia e o Ocidente não têm nem conflitos ideológicos nem base para uma guerra fria. Muito pelo contrário, a Rússia e o Ocidente têm muitos problemas em comum, que podem ser resolvidos por meio de esforços conjuntos, disse Putin, depois de ter mencionado questões tais como terrorismo, doenças e proliferação de armas de destruição em massa.
Putin externou sua surpresa com o poder da máquina ocidental de propaganda mobilizada depois da invasão da Ossétia do Sul pela Geórgia.
"Foi espantoso. É algo fora de qualquer medida, embora ela consiga não deixar isso óbvio," disse o primeiro-ministro.
Putin também disse que a Rússia não infringirá a soberania das ex-repúblicas soviéticas, porque a nação não tem ambição imperial. Lembrou também que a URSS entrou em colapso em grande parte por iniciativa da Rússia.
"Se a Rússia não se tivesse posicionado quanto ao assunto, a URSS teria sido preservada," disse o premier do governo russo.
Autor da publicação: Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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