A Rádio Pública Nacional - National Public Radio (NPR) apresenta-se como "Internacionalmente aclamada produtora e distribuidora de notícias, exposição de idéias e programas de entretenimento sem caráter comercial". Assevera ser uma organização de membros sem fins lucrativos com audiência crescente de 26 milhões de estadunidenses, transmitindo por meio de uma rede de 860 estações públicas de rádio não-comerciais geridas independentemente. A NPF tem reputação, especialmente entre estadunidenses instruídos, de informação impacial e equilibrada.
"Muito interessante!" ouço vocês exclamarem, "Bom para a NPR! Mas quem se importa? Por que deveriam os leitores do Pravda ou qualquer outra pessoa interessada na Rússia importar-se com a NPR?" Porque, na minha opinião, NPR poderia igualmente significar 'Nada de Positivo acerca da Rússia.' Gregory Feifer, diplomado em Harvard, é o correspondente da NPR em Moscou e o que segue é colhido diretamente da biografia de Feifer na própria web page da NPR.
"Gregory Feifer informa a NPR a partir de Moscou, cobrindo o ressurgimento da Rússia sob a égide do Presidente Vladimir Putin e a transição para a era pós-Putin. Ele envia despachos a partir de outras ex-repúblicas soviéticas e de toda a Rússia, onde vem observando os efeitos da vasta nova riqueza em petróleo do país numa sociedade cada vez mais nacionalista, bem como o reavivamento, por Moscou, de uma nova oposição ao Ocidente no estilo da Guerra Fria".
Muito bem, mesmo que você nunca tenha ouvido a NPR ou ouvido falar dos despachos de Feifer, a ressalva acima deveria provocar pelo menos um semi-franzimento de sobrancelhas de qualquer pessoa pensante. As palavras "cada vez mais nacionalista" e "o reavivamento, por Moscou, de uma nova Guerra Fria" soaram-me claramente um tanto acusadoras, especialmente no contexto da descrição da missão de um repórter de notícias. Em minha opinião, as reportagens do Sr. Feifer são piores.
Desde seu ingresso na NPR em 2005, Feifer já transmitiu cerca de 100 reportagens. Longe de equitativas ou equilibradas, as informações parecem-me prenhes de retórica inflamatória a sugerir viés anti-russo. Isso vem perdurando há anos. Qualquer pessoa pode ganhar acesso ao trabalho de Feifer na web page da NPR e aferir por si própria.
O link é fornecido abaixo. Eu prefiro acalmar tais paixões, e portanto não cito diretamente nada do trabalho dele, mas o último artigo de Feifer "Na Rússia, Trabalhadores Migrantes Vivem com Medo do Racismo" - "In Russia, Migrant Workers Live In Fear Of Racism" foi, em minha opinião, longe demais, e inspirou o presente artigo.
A reportagem foi levada ao ar agora terça-feira passada, 29 de julho de 2008, e chamou a atenção para a triste condição dos "Trabalhadores Migrantes" (nos Estados Unidos, chamamo-los de estrangeiros ilegais) no sul da Rússia. O artigo destaca homicídios motivados por ódio (60 deles, até o momento, no presente ano) e culpa a cultura russa e a juventude neonazista. Naturalmente, os problemas dos próprios Estados Unidos com crimes motivados por ódio contra os ilegais, e os esquadrões da morte dos vigilantes que patrulham as fronteiras dos Estados Unidos com o México e com o Canadá, não são mencionados.
Para mim, óbvio viés e retórica inflamatória tornam o trabalho indigno de confiança como notícia e mais o faz mais semelhar-se a uma peça de propaganda política. No passado, entrei diretamente em contato com a NPR a propósito de minha percepção de uma longa história de viés anti-russo no noticiário dela, mas nunca recebi resposta.
Há sérios problemas em nosso pobre planeta. Os Estados Unidos e a Rússia são as superpotências e líderes do mundo. Já escrevi diversos artigos que o Pravda teve a gentileza de publicar, expressando minha opinião segundo a qual o futuro da humanidade depende de ambas essas nações trabalharem em conjunto de maneira positiva. É óbvio que teremos nossas diferenças. Sou estadunidense e me orgulho de meu país (se não da presente administração em particular) e portanto, naturalmente, apoiarei os valores e interesses estadunidenses quando essas diferenças aflorarem.
É o meu viés. Sem embargo, o caminho para a resolução e para relações melhores é o das concessões e do diálogo honesto e respeitoso que leve ao entendimento. Em minha opinião, pouco do trabalho de Feifer é construtivo no concernente a esse fim.
Links de transmissões por Gregory Feifer: 1 and 2
Dominick L. Auci, Ph.D.
Escondido, California
Tradução da versão inglesa do jornal Pravda
Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme [email protected]@gmail.com
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