Uma delegação de expertos militares russos partiu esta segunda-feira (19) a Chipre para ajudar a seus colegas cipriotas na exploração de sistemas de defesa antiaérea (DAM) importados da Rússia, declarou um porta-voz do Exército russo.
A delegação que permanecerá em Chipre até 23 de novembro, encabeça o tenente- general Anatoly Gavrilov, chefe da Academia Militar da Defesa Antiaérea da Rússia. As consultas se centrarão em diversos aspectos da organização , controlo, reparação, ensino e exercícios táticos na matéria da defesa antiaérea, disse o porta-voz. Uma fonte do Ministério da Defesa russo destacou que Chipre dispõe agora vários sistemas de defesa antiaérea, entre eles Buk M-1, BukM1-2, e Tor M-1, cujas características básicas são superiores às de fabricados em outros países.
Os sistemas Tor foram traspassados ao Exército cipriota pela Grécia , que ficou por câmbio com outro equipamento russo , os S-300, destinados inicialmente para Chipre , precisou a fonte à agência Ria-Novosti. Militares cipriotas que assistem diversas feiras internacionais de armamento se interessem por modernos sistemas russos de curto, médio e largo alcance , tais como Buk M-2E, Tor M-2E t S-300PMU, disse.
O míssil usado pelo BUK-M1 é o 9M38M que possui um alcance máximo de 32 Km, se enquadrando na categoria de míssil de médio alcance. Um sistema BUK é formado por de uma estação de radar 9S18M1("Snow Drift" para a OTAN), 6 veículos de lançamento (9A310M1) com 4 mísseis (9M38M) cada, de 2 a 4 veículos de recarga (9A39M1) sendo que cada um transporta 4 mísseis lançáveis e mais 4 de recarga e 1 veículo de comando e controle (9S470M1).
Os mísseis do BUK M 1são guiados por radar semi-ativo e possuem um sistema de data link para atualizações, e um radar ativo, que é usado na fase terminal do vôo. A detonação da ogiva se dá por aproximação, permitindo uma grande capacidade de acerto logo no primeiro lançamento. Mais recentemente, uma atualização disponibilizou um novo míssil para esse sistema.
Um míssil 9M317 com maior alcance, cerca de 45 km, e equipado um sistema de guiagem mais resistente a contramedidas eletrônicas foi adotado. O sistema BUK equipado com estes novos mísseis, e sistemas de guiagem receberam a denominação de BUK-M1-2, e entrou em serviço em 1997, e representa a mais atual versão deste ótimo equipamento de defesa antiaérea móvel. A mobilidade do lançador, que é instalado em um veículo lançador modelo 9A310M1, confere uma grande flexibilidade tática que o comandante do campo de batalha pode usar para posicionar e mudar o posicionamento de suas baterias antiaéreas a hora que melhor lhe convier.
O sistema BUK-M1 tem como missão principal, a proteção de alvos estratégicos como fabricas, usinas elétricas, e refinarias. Recentemente o Irã adquiriu este missil para defender suas usinas nucleares de um ataque americano e israelense, que parece estar tomando forma no horizonte, na medida que os EUA e Israel, começam a implicar com o programa nuclear iraniano. (Até parece que o Irã pretende construir armas atômicas para jogar em uma ou duas cidades para ver o estrago, como um certo país fez nos anos 40).
O radar 9S18M1 executa busca a um alcance de pouco mais de 100 km, mesmo sob forte ação de contramedidas eletrônicas. Este radar é capaz de acompanhar 75 alvos simultaneamente, e através de seu sistema IFF (identificação amigo/ inimigo), classificar os alvos, mesmo sob forte interferência de contra medidas eletrônicas. É interessante notar, que na ausência deste radar, o próprio veículo lançador possui um radar independente que pode ser usado para identificar e guiar os mísseis. Esse radar de controle de fogo é um fire dome, cujo alcance máximo, é de 85 km, que atua ainda, com um apoio de um sistema óptico. Este sistema permite atacar 12 alvos simultaneamente, embora cada lançador tenha apenas 4 mísseis.
Existe uma variante naval do BUK-M1, que usa o míssil, SA-N-7 Gadfly e o SA-N-11 Grizzly, que foram instalados nos destróieres da classe Sovremmenny, e são operados pela Rússia e pela China. Outros navios estão sendo armados com este sistema, também como o Indiano Krivak-5, já em serviço.
O sistema foi vendido para a Finlândia, Ucrânia, Cazaquistão, Síria, China, Índia e Vietnã. O Irã está adquirindo este sistema agora, embora tenha havido manifestações contra por parte do Estado Judeu e Estados Unidos. Seria muito interessante ver o que aconteceria se um dos paises atacados pelos Estados Unidos, tivesse esse sistema. Provavelmente, muitos desenvolvimentos de equipamentos stealth seriam acelerados, conforme aumentasse o numero de derrubadas de caças convencionais por este eficaz sistema antiaéreo.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter