As relações entre a Rússia e Reino Unido atravessam um momento crítico. Esta terça-feira (17) a Rússia respondeu ao Reino Unido que anunciou ontem o expulso de quatro diplomatas russos em Londres, causado pela recusa de Moscou em aceder ao pedido de extradição de Andrei Lugovoi, principal suspeito, segundo os britânicos, do assassinato de Alexander Litvinenko.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, declarou: "O Governo russo não compreendeu até que ponto este caso é relevante para nós e não deu a devida importância às suas implicações. Isto apesar dos contactos estabelecidos ao mais alto nível e de termos deixado claro que precisávamos de uma resposta satisfatória", declarou, na Câmara dos Comuns.
De acordo com o porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Mikhail Kamynin, "a posição de Londres é imoral".
"Esse tipo de provocação arquitetada pelas autoridades britânicas não ficará sem uma resposta e acarreta necessariamente as mais sérias conseqüências para as relações entre a Rússia e a Grã-Bretanha", disse Kamynin.
"Nós não queremos ser provocados para um jogo de pingue-pongue, mas, obviamente, o lado russo vai dar a resposta necessária", afirmou o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitri Peskov.
O conflito diplomático se desenvolve desde a semana passada após Moscou ter dito que não extraditaria Lugovoi (outro ex-agente do KGB), para ser julgado em Londres pelo homicídio de Litvinenko, envenenado em novembro com polónio 210, devido a uma lei da Constituição da Rússia que não permite a extradição de seus cidadãos.
As autoridades do Reino Unido têm, desde então, insistido que não deixarão passar impune um acto que levou à morte de um cidadão britânico (Litvinenko adquiriu nacionalidade britânica pouco antes de morrer) e que colocou em risco a vida de centenas de pessoas.
Além dos quatro diplomatas expulsos, o Reino Unido anunciou também que vai rever a sua cooperação com a Rússia em vários domínios, nomeadamente na forma como os seus oficiais entram no país, segundo Diário de Notícias. Serão ainda congeladas iniciativas em curso que visavam precisamente facilitar a circulação de cidadãos russos e ficou o aviso de que Lugovoi poderá ser detido em países com quem o Reino Unido já tem acordos de extradição.
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