O presidente do Fundo de Veteranos do Serviço de Inteligência Externa e Serviço Diplomático da Rússia , o coronel, Valentin Velichko, disse que as táticas stalinistas de eliminação de inimigos acabaram, e que o ex-agente do FS , Alexander Litvinenko, provavelmente foi morto por criminosos comuns.
Valentin Velichko, presidente do fundo chamado "Dignidade e Honra", com sede em Moscou, disse na quinta-feira em entrevista ao jornal alemão Die Welt, que Litvinenko, morto em 23 de novembro vítima de contaminação radioativa, era um traidor, mas não foi assassinado por os serviços secretos russos pela ordem de Putin.
"(Matar espiões) era há muito tempo, isso pertencia aos dias de Stalin", disse ele ao jornal alemão Die Welt, referindo-se à perseguição promovida pelo regime soviético contra dissidentes a partir da década de 1930, sob o comando de Josef Stalin.
"Naqueles dias havia um departamento especial chamado 'V', que lidava com a liquidação de oponentes políticos", disse Velichko.
Velichko disse que provavelmente o último caso foi o do escritor búlgaro Georgi Markov, morto depois de ser atingido por uma ponta envenenada de guarda-chuva, em 1978, mais de duas décadas depois do fim do regime de Stalin.
Ele negou que haja um setor voltado para assassinatos no serviço secreto russo e também afastou a hipótese de algum agente ter tentado acertar contas com Litvinenko. "Vejo (a morte do ex-espião) como uma disputa entre criminosos", afirmou.
Ao mesmo tempo, Velichko disse que Litvinenko havia revelado segredos "que faziam dele um traidor perante a lei". Velichko também disse ao Die Welt que o uso de polônio 210 para matar Litvinenko foi um método rude, que não seria usado pelos serviços secretos russos. "Profissionais não usam polônio", afirmou.
A polícia alemã disse na quarta-feira que vai analisar a validade das declarações do empresário russo Dmitry Kovtun, que diz ter entrado em contato com o isótopo radioativo polônio ao se encontrar com Litvinenko em meados de outubro.
Litvinenko só adoeceu em 1o de novembro, vindo a morrer 23 dias depois. Kovtun está sendo tratado pelas autoridades alemãs como possível suspeito no caso. O empresário voltou a se encontrar com Litvinenko no dia em que este adoeceu. Kovtun, atualmente internado num hospital moscovita, nega envolvimento no crime.
Com Reuters
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