Do Hermitage em São Petersburgo desapareceram mais de 200 peças avaliadas em 5 milhões de dólares. São obras das artes russas dos séculos XV a XIX, especialmente umas jóias feitas dentro da técnica, hoje raríssima, de esmalte contornado.
Sua falta ocorreu nos fundos desse museu, pois a ausência dessas raridades foi descoberta durante uma inspeção regular do acervo. Longe de tentar esconder sua dor, o diretor do Hermitage, Mikhail Piotrovski, disse que, sem dúvida alguma, isso prejudicou a reputação do seu museu. Primeiro, eu qualificaria esta situação como um golpe traiçoeiro, um golpe nas costas do Hermitage, um golpe nas costas de toda a comunidade museística.
Segundo, como um surto, como eclosão de uma apidemia, porque, infelizmente, o que temos é uma parte da doença geral atravessada pela sociedade diz Mikhail Piotrovski. O diretor confessou abertamente que o roubo não podia ter acontecido sem envolvimento do pessoal do museu, porque o acesso aos fundos está rigorosamente limitado.
O fato prova uns problemas morais sérios, mas também as deficiências no sistema de vigilância. Por outro lado, verdade seja dita, nos últimos anos, o Hermitage gastou 20 milhões de dólares em aprimoramento do seu acervo e do sistema de segurança. Ultimamente, têm estado aumentando os sintomas de que os tradicionais métodos de segurança nos museus são bastante vulneráveis. Aliás, não somente na Rússia.
Só olhar para a lista dos roubos mais sensacionais ocorridos em grandes centros de artes internacionais, a qual foi divulgada pelo FBI dos Estados Unidos. Traz, por exemplo, obras de uns pintores famosíssimos da craveira de Leonardi da Vinci, Rembrandt, Renoite, Van Gogh, as quais desapareceram de museus dos Estados Unidos, Suécia e Grã-Bretanha. Ocorreram também roubos no Luvre e no Museu do Relógio, em Genebra. É uma grande pena, mas para o avolumamento dessas estatísticas contribuem também uns museus russos.
Especialistas sabem que roubos do tipo do agora ocorrido no Hermitage são preparados minuciosamente e sempre por encomenda. Às vezes, uns valores roubados afloram ao cabo de algum tempo em mercados de antiguidades clandestinos.
Seja como for, o pessoal da Polícia Criminal de São Petersburgo ficou agora com uma nova e muito forte dor de cabeça. E o Hermitage vai ter que se esforçar para lavar essa mancha da sua reputação. O diretor do famoso museu, Mikhail Piotrovski, não duvida que poderá fazê-lo.
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