Com suas flores delicadas e frutos escuros, o sabugueiro (Sambucus) pode parecer uma adição inofensiva — até charmosa — ao jardim. Mas ao longo da história, essa planta foi envolta em lendas e advertências. Em muitas regiões da Europa, acredita-se que plantar sabugueiro no quintal pode trazer má sorte, doenças ou até desentendimentos familiares.
Mas por que uma planta com tantas propriedades medicinais teria tamanha reputação? A resposta envolve uma mistura de folclore, observações práticas e alguns aspectos reais ligados à toxicidade e ao comportamento da planta.
Vamos entender o que está por trás da fama do sabugueiro — e se faz mesmo sentido evitá-lo.
No folclore europeu, o sabugueiro era considerado morada de espíritos ou “árvores das fadas”. Cortá-lo sem permissão ou plantar perto de casa podia, segundo a crença, atrair desgraças. Algumas lendas diziam que o sabugueiro protegia os mortos e que sua madeira jamais deveria ser queimada em casa.
Essa aura mística pode ter origem em sua aparência: galhos retorcidos, folhas com cheiro forte e frutos que mancham tudo ao redor criam uma presença marcante e pouco discreta no jardim.
Botanicamente, o sabugueiro é uma planta invasiva. Cresce rapidamente, emite muitos brotos e pode tomar conta de um espaço em pouco tempo. Suas raízes são fortes e difíceis de erradicar, o que atrapalha outras espécies próximas.
Além disso, ele pode competir por nutrientes e sombrear demais o solo, prejudicando flores e hortaliças sensíveis.
Embora o sabugueiro tenha usos medicinais (principalmente na forma de xarope contra gripes), suas partes cruas — especialmente as folhas, sementes e frutos verdes — contêm compostos tóxicos. Se ingeridos por animais domésticos ou crianças, podem causar náuseas, vômitos e outros sintomas.
Isso reforça a cautela de quem prefere não tê-lo por perto, especialmente em jardins familiares.
Depende. Se você tem espaço amplo, gosta do aspecto rústico da planta e sabe como controlá-la, o sabugueiro pode sim ter lugar no seu jardim. Mas é importante estar ciente de sua natureza expansiva e dos cuidados necessários.
Para muitos, porém, é mais seguro apreciar o sabugueiro à distância — nas trilhas, nas receitas prontas ou em chá comprado pronto.
Superstição ou precaução exagerada? Cada jardineiro escolhe como interpretar. Mas uma coisa é certa: poucas plantas carregam tanto simbolismo — e dividem tanto opiniões — quanto o misterioso sabugueiro.
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