SANTA INOCÊNCIA

Os Estados Unidos da América possuem mais de 730 bases militares distribuídas em 50 países, com um efetivo superior a 250 mil profissionais da guerra. A maioria destas bases se localiza próxima às fontes de energia petrolíferas.

Nenhum país do mundo possui poder similar.

A partir destas unidades, mísseis inteligentes e um levantamento geofísico de alvos estratégicos, confirmados pela maior rede de espiões do mundo, os norte-americanos reúnem competência para destruir qualquer oponente.

O modus operandi é o mesmo utilizado no Afeganistão e Iraque. O início é a destruição dos alvos inimigos, com o menor índice de danos às próprias tropas. 30 dias são suficientes para reduzir violentamente o poder de reação de qualquer país atacado.

Na seqüência ocorre a invasão tática. Resta para o oponente a guerrilha e a resistência heróica. Por isso não acabaram os conflitos no Afeganistão e muito menos no Iraque. Nem vai terminar tão cedo.

A imposição conflita com os valores mais sagrados de qualquer nação do mundo. É muito difícil construir um caminho inteligente, em virtude da agressão cometida.

Independente destes dados, os norte-americanos são os maiores desenvolvedores e produtores de armas de destruição em massa. No território americano possuem mais de 6 mil bases, todas equipadas com mísseis nucleares.

A força militar comandada por Bush representa o maior perigo para a paz mundial. Pode interferir em qualquer nação. Pode intimidar qualquer dirigente. Pode ultrapassar qualquer limite. Pode realizar qualquer ocupação, milhões de vezes pior que qualquer ação terrorista. No Iraque já somam mais de 200 mil extermínios.

Esse poder exacerbado força a corrida nuclear e o desenvolvimento de estratégias inéditas. Afinal, como é possível lutar contra este gigante atroz?

Os amigos de Bush aceitam e jogam o seu jogo. Os demais assistem calados e atônitos as barbaridades cometidas. Não podem fazer nada. Não podem reagir. Não podem confrontar o poderio militar.

Enquanto isso, a humanidade percebe claramente a sua capacidade de resolver os impasses através do bom senso, do equilíbrio, do diálogo. Isto exige a constituição de um poder judiciário internacional justo e eficaz. Exige a constituição de uma nova expressão da vontade dos países, diversa das nações unidas nada mais do que filhote e mandatária dos Estados Unidos. Exige a constituição de uma força universal de paz com a máxima urgência.

Produzir armas é pior que produzir drogas. Não existe nenhum sentido em promover o extermínio da própria raça em troca de benefícios particulares.

É muito difícil prever quando vão começar as reações transformadoras voltadas para melhorar a qualidade de vida da maioria excluída. Neste momento, tudo não passa de uma santa inocência.

Em poucos momentos da nossa história estivemos em um nível tão sofrível e degradante de convivência.

Será que os norte-americanos vão acordar em tempo? Será que o resto do mundo vai conseguir reagir com maturidade e inteligência?

Não percam o próximo capítulo. Parece que a humanidade permanece hibernada em seu esconderijo, uma espécie de bunker do medo. Santa inocência!

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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