Novo Bloco Nuclear fez lembrar os problemas do sector

O sistema energético da Rússia aumentou as suas possibilidades tendo a 16 de Dezembro sido posto em exploração o terceiro bloco energético da central atómica de Kalinin, situada na vila de Udomlia, a 330 km de Moscovo. Trata-se de um reactor água-água de 1000 MW, avaliado em 40 mil milhões de rublos (1 dólar equivale a 27,8 rublos).

Esta cifra impressionante traduz a magnitude e a grandeza da obra. No fabrico deste reactor foram aproveitadas todas as últimas conquistas na área da segurança, criado e realizado um novo sistema digital de comando. Os especialistas não escondem o seu brio profissional descrevendo a cobertura e o revestimento super resistente do novo reactor, impossível a ser danificado mesmo por queda de um Boeing.

Sobre a importância da entrada em funcionamento do novo bloco diz o facto de a vila de Udomlia ter sido visitada pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, onde presidiu à sessão do Praesidium do Conselho de Estado, dedicada aos problemas do sector atómico. Vladimir Putin, ao informar sobre a entrada em exploração de outros dois blocos energéticos atómicos até ao ano de 2010 e o prolongamento do prazo de exploração das dez centrais atómicas do país, assinalou a necessidade de seguir as normas rígidas de segurança de todo o processo tecnológico, continuando os trabalhos relacionados com a minimização do impacto negativo sobre o meio ambiente e levando em consideração também a reciclagem dos materiais nucleares.

O problema de tratamento dos resíduos nucleares vem adquirindo um carácter global. Na Rússia hoje estão acumulados 70 milhões de toneladas de resíduos radiactivos, incluindo 15 mil toneladas de combustível usado das centrais atómicas. As infra-estruturas existentes são incapazes lidar com tal quantidade. A construção de enormes armazéns e de uma empresa de tratamento de resíduos nucleares na cidade de Jeleznovodsk (arredores de Krasnoyarsk, Sibéria Oriental) irá parcialmente dar solução ao problema. "Temos que aproveitar de um modo eficaz os nossos próprios recursos e as possibilidades de cooperação internacional", disse o Presidente. O dirigente da Agência Federal de Energia Atómica da Rússia, Aleksandr Rumiantsev, manifesta-se igualmente a favor da coordenação de esforços nesta vertente, tendo proposto criar um acordo mundial sobre a reciclagem de resíduos nucleares e de todo o ciclo nuclear. Na opinião de Rumiantsev para a redacção de tal documento pode vir a ajudar a presidência da Rússia no G-8 em 2006.

Hoje em dia o maior projecto conjunto de tratamento de resíduos nucleares é a empresa Mayak (nos Urais), criado com base no acordo intergovernamental russo-americano de liquidação de plutónio militar excedente. Os EUA investiram neste projecto mais de 160 milhões de dólares e a Rússia - 500 milhões de rublos. A empresa Mayak dispõe de áreas especializadas para a armazenagem de 25 toneladas de plutónio excedente em forma de metal.

Tatiana Sinitsyna observadora RIA "Novosti"

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