POBRES CONTRA RICOS

A Revista Forbes da América acaba de publicar a relação das 690 pessoas do planeta com fortuna estimada superior a 1 bilhão de dólares. A média situa-se em 3,2 bilhões.

Esse grupo representa 0,00001% de toda população do planeta. A somatória de toda riqueza destes bilionários, se fosse distribuída na forma de 1 dólar por habitante do planeta, por dia, seria suficiente para tirar 6 bilhões, 123 milhões do nível abaixo da linha de pobreza, conforme os parâmetros estabelecidos pelas Nações Unidas.

Em resumo: os 2,2 trilhões de dólares deste pessoal são suficientes para garantir condições mínimas de vida para todo planeta terra.

Lógico que se trata de uma mera analogia.

As disparidades são gritantes e absurdas. O pior não é a constatação do desequilíbrio medido com base em dados de 2004. O terrível é a tendência da super concentração de renda versus a ampliação significativa das pessoas excluídas do mercado de consumo.

Existem dois ângulos para abordar o problema: o primeiro seria uma forma de vincular os bilionários a programas efetivos de redistribuição de renda; o segundo seria promover o enriquecimento do universo de excluídos.

O que pesa contra os bilionários é o acentuado exagero.

O que pesa contra a humanidade é a deterioração do tecido social básico.

A solução deve ser brilhante e criativa.

Imagine uma proposta de negócio para estes bilionários.

Para iniciar, é óbvio que quanto mais pessoas participarem do mercado de consumo, os bilionários multiplicariam ainda muito mais suas fortunas.

Um Fundo de Inclusão dos Excluídos com 1% de suas fortunas, aplicado em programas de preparação e participação da vida em sociedade, aumentando significativamente a base do mercado de consumo, garantiria condições para todos ficarem muito mais ricos.

Os pobres se aliariam aos ricos.

Do contrário, os mais ricos precisarão se proteger cada vez mais dos pobres.

A metade dos bilionários está nos Estados Unidos. São 340 pessoas. A renda média é 3 bilhões de dólares. Correspondem a 49,3% do total dos bilionários ganhando 45,4% do bolo total.

Pertencem apenas a 48 países.

A Europa ocupa o segundo lugar com 191 bilionários.

A Ásia ocupa o terceiro lugar com 112 bilionários.

As Américas, exceto os Estados Unidos, ocupam o quarto lugar com 43 bilionários.

A África ocupa o último lugar com 4 bilionários, um no Egito e três na África do Sul.

O ranking da Forbes revela uma gravíssima doença do planeta.

Até quando os pobres vão suportar o egoísmo exacerbado de uns poucos?

Quando vão acordar para o contra senso das disparidades sociais?

Silvio Berlusconi é o vigésimo quinto bilionário do mundo. Existe um bom tanto de bilionários que não consta na relação da revista Forbes. Muitos são políticos e outros praticam negócios escusos.

Será que o mundo ficou ou é louco?

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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