Timothy Bancroft-Hinchey - Escândalo: Interferência na liberdade pessoal dos jornalistas

Camaradas, caminhamos em tempos escuros, nadamos em águas turvas e vivemos num ápice entre o bem e o mal.

As forças das trevas estão em marcha, o império do Mal reina, afinal, em Washington. O regime de Bush nos Estados Unidos da América utilizou o 11 de Setembro para iniciar uma política externa agressiva e assassina, colocando colónias militares um pouco por todo o globo, usando chantagem em vez de diplomacia, desrespeitando por completo a ONU e o direito humano e fundamental que é a liberdade individual.

Quando um norte-americano viola o direito à privacidade, que é meu endereço eletrônico pessoal, não o da Pravda.Ru, ameaçando-me por causa dos meus editoriais contra a política externa dos EUA, é uma violação dos meus direitos, da minha liberdade individual.

Quando outro norte-americano, pelo menos assinando com outro nome e com outro endereço, esse com mais diplomacia, sugere, numa carta também direccionada ao meu endereço pessoal e chamando-me “Tim”, que mude a minha maneira de escrever, esperando que não seja tão duro para com os EUA, lança uma ameaça disfarçada, que é uma violação dos meus direitos.

Quando um hacker destroi o sistema o disco rígido do meu PC em casa, quando bloqueia o acesso ao meu programa de publicação, viola os meus direitos.

Quando recebo mensagens dos EUA como “Venho a Lisboa tratar-te da saúde, seu comunista de merda”, é uma violação dos meus direitos. Quando sugerem que “não seja assim tão violento nas suas criticas à administração do Presidente Bush, senão...” e acaba aí a mensagem, pergunto, mas que raio é isso? Não tenho o direito à minha opinião, ou quê?

Ora bem, fica aqui bem claro o seguinte: Podem enviar os insultos que quiserem, podem violar o meu correio eletrônico, podem fazer as ameaças que entenderem fazer mas eu, como diretor e chefe de redacção da versão portuguesa da Pravda.Ru, como jornalista, como ser humano e como homem, não abdico dos meus direitos fundamentais, não deixo de escrever o que eu penso, não deixo de comunicar o que eu sinto e não deixo de falar a verdade (“pravda” em russo).

Fica bem claro que não há filho da puta nenhum, em qualquer parte do mundo, que me faça calar perante tamanha demagogia, essa onda de arrogância, esses actos assassinos do regime de Bush.

Fica bem claro que eu irei sempre, enquanto eu bem entender, usufruir dos meus direitos fundamentais e se eu quiser opinar aqui nas minhas páginas, opino; se eu quiser escrever o que penso, escrevo e se eu quiser dizer a verdade, digo.

Fica bem claro que eu, como homem, não tenho medo nenhum das ameaças de morte feitas por cretinos, incultos, ignorantes para quem a violência ou a ameaça dela é uma admissão da sua total e completa incapacidade de me levar pelo diálogo.

Para os amigos que têm escrito a exprimir a sua solidariedade, eu digo muito obrigado e não se preocupam. No meu escritório tenho 17 Pentium IV bem protegidos, tenho um engenheiro informático que os vê todos os dias e estamos em contacto com Moscou 24 horas por dia, onde a nossa equipa de técnicos está pronta para nos prestar assistência a qualquer momento.

Há que tomarmos uma posição bem firme, a defender aquilo em que acreditamos, que é a razão, a liberdade e a democracia, contra essa tentativa de extinguir as opiniões que vão contra o eixo e império do mal, centrados em Washington, cujos métodos assemelham aos utilizados pelos Nazis cada vez mais.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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Author`s name Pravda.Ru Jornal
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