Sem Pai nem Mãe

Oitocentos e cinqüenta milhões passam fome literalmente. Não tem o que comer.

Os incluídos se protegem. Levantam as grades de suas casas, instalam cercas elétricas, contratam seguranças particulares, treinam cães ferozes, usam carros blindados, vivem com medo dos excluídos.

Pelos incluídos, tudo é válido. Mesmo exterminar os pobres coitados que habitam os guetos dos perdedores.

Os impostos incidem sobre os incluídos e os excluídos. Ninguém escapa. Basta comer um pão, tomar água, andar de ônibus.

A insensibilidade é terrível. É tão comum conviver no meio de pobres que ninguém mais se incomoda.

Acontece que o universo dos excluídos está em plena expansão. E os incluídos são cada vez mais reduzidos.

Ainda não acordaram do pesadelo que está sendo construído. E a história está repleta de exemplos de saturação de desequilíbrios. A partir de um momento, é impossível resistir ao estouro da boiada.

O que é preciso fazer?

É fundamental repensar a humanidade, seus princípios, seus valores, seus desafios, seus direitos.

É fundamental estancar o crescimento do número de excluídos.

É fundamental integrar os excluídos.

Como se faz isto se os incluídos possuem todas as armas, recursos, poderes em suas mãos, determinando a preservação dos interesses adquiridos?

Eis a questão: ser ou não ser humanidade. É o velho Shakespeare mais contemporâneo que nunca.

Parece que dói pensar. Dói usar o bom senso. Dói compartilhar benefícios. E os ricos? E os Bill Gates da vida?

Grande parte deste elenco de loucuras é sustentado pelos senhores da guerra: Bush, Blair, Aznar, Sharon.

Definitivamente o mundo sabe que não existem e nunca existiram armas de destruição em massa produzida pelos iraquianos.

O ataque ao Iraque foi portanto injustificado. Foi um acidente cometido intencionalmente pelos líderes dos incluídos. Assassinaram, destruíram, invadiram, e ocupam como piratas terras alheias.

Estes senhores podem invadir, ocupar, tomar para si tudo o que desejarem. Estão acima de todas as justiças e todos os homens. Podem possuir armas nucleares, inventar bombas de destruição em massa, produzir catástrofes químicas, biológicas, eletrônicas.

Ninguém fala nada. Estão protegidos pela impunidade do poder.

O que o Office-boy do Kofi Anan faz? Faz de conta que não tem nada com esta história. O que podemos fazer? Rir a desgraça da humanidade. O planeta é louco.

Orquiza, José Roberto

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Author`s name Pravda.Ru Jornal
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