REVOLUÇÃO DE VERDADE

O Manifesto da Vergonha contra a Mentira tem a intenção de transformar a sociedade. A elaboração de um modelo facilita a percepção dos pontos referidos. É um embrião para ser gestado. Não esgota o debate.

1. Relação de trabalho

Todas as pessoas devem participar da sociedade. Este é o princípio essencial da vida em comunidade. Fundamentalmente inclui participar da renda. Nenhum cidadão consegue conviver em sociedade sem receber renda.

Os sistemas vigentes desde a revolução industrial aceitam a livre acomodação do mercado, a livre competição, a livre determinação de desenvolvimento.

Os resultados são patentes: de cada três pessoas, duas vivem excluídas do mercado de consumo; um por cento dos mais ricos, em nível mundial, ganha mais que a metade de toda população; os ricos determinam a competição, aprovam as leis, estabelecem as regras da exclusão.

Conclusão óbvia e trágica: o mercado não se acomoda livremente; a competição é a forma mais vil para segregar os excluídos; os poderosos mandam no mundo através de um exercício imperial incomparável.

A relação de trabalho configura uma parceria. Não pode ser interpretada como uma relação de dependência, onde o empregador é o senhor feudal do trabalhador e este, seu escravo.

Os empresários não podem escolher as pessoas como ferramentas dispensáveis, capazes de se ajustarem ou não aos desafios, provando adequações ou inadequações.

Participar da sociedade requer uma responsabilidade múltipla de todos seus integrantes. As pessoas não podem ser confundidas com mercadorias ou peças de um jogo.

A competição separando vencedores e perdedores, incluídos e excluídos, ricos e pobres, deturpa a humanidade. Predominou a partir dos anos 1800 em contraposição à nobreza, permitindo que qualquer pessoa pudesse ser rica. Antes apenas os nobres tinham o direito de serem ricos.

Este tempo está ultrapassado. Se perdurasse, seria lógico exterminar os excluídos, perdedores, pobres. Infelizmente alguns senhores dos anéis ainda se portam retrógrados. Saem por aí despejando suas armas de destruição em massa como show pirotécnico de maldade, desequilíbrio, desajuste. Querem impor culturas, conformar comportamentos, determinar desígnios em nome da democracia e liberdade, como se pudessem mesclar água e óleo.

Por que um lado pode dispor de armas nucleares e outro não, quando a insanidade pode ocorrer avassaladora a partir dos próprios detentores das tecnologias mortíferas?

Por lógica, as armas de destruição em massa, nucleares ou não, deveriam ser destruídas. Por lógica, as fábricas de armas para exterminar humanos, irmãos de raça, deveriam ser eliminadas. Por lógica, os poderosos devem provar grandeza em humanidade ao invés de poderio destrutivo. Por lógica, todos os armamentos nucleares deveriam ser eliminados de forma rápida e consistente.

Não fazem isto porque querem dispor da demência em exterminar humanos. Não conseguem dialogar, não admitem diferenças, não aceitam a liberdade cultural. Cultivam inimizades, loucuras, imposições, traços de um imperialismo indesejado similar à escravidão que envergonha os humanos remanescentes.

A estrutura de participação na vida social é muito complexa e variada. Na economia participativa todos devem possuir renda. Não se trata de uma proposta utópica ou irrealizável. A renda é a inserção de todo humano na vida social, política, econômica, resgatando a dignidade, o respeito e a valorização individual.

Vem da Índia contemporânea a aplicação deste princípio. Os trabalhadores rurais de regiões pobres que não conseguirem empregos serão automaticamente empregados pelo governo por um prazo de 100 dias. Todos receberão renda. É um começo promissor.

A sociedade deve considerar a economia de montanhas e montanhas de dinheiro aplicado em segurança pública. Os problemas não vão desaparecer de forma mágica. Com renda para viver dignamente qual será a redução dos índices de criminalidade?

O resgate da vida social através da renda em troca da participação no processo comunitário elimina distorções e pesos desproporcionais. Todos contribuem. Todos participam. A economia fica muito mais leve, ágil, dinâmica e rica.

A transposição para a economia participativa requer uma orquestração planejada.

O processo de estabilidade é essencial para a melhoria da comunidade. E se um funcionário não der certo? O ônus é do selecionador e todo grupo de trabalho que funciona neste caso como uma micro-comunidade. Todos devem reintegrar o indivíduo problemático.

Herdamos uma cultura de descarte. Os problemas são sempre jogados para fora ao invés de serem enfrentados e superados. A filosofia do mais fácil e cômodo demonstra a nossa omissão clássica. Não queremos nos preocupar com as lutas tribais do Sudão. Não queremos saber do sofrimento do povo de Papua. Não queremos nos incomodar com os moradores de rua, os pobres, os famintos, os doentes, os desgraçados.

Não é possível dispensar qualquer parceiro de trabalho sem uma justificativa grave e flagrante. No entanto, para melhorar os padrões de renda, os trabalhadores podem trocar de empresa.

Todos que não conseguirem trabalho receberão renda do governo através da prestação de serviços comunitários.

O tamanho da renda mínima é sempre determinado pelo tamanho da renda máxima. O propósito é comprometer o desenvolvimento harmônico da sociedade.

Se o mais rico de um grupo recebe 10 mil, a renda mínima deve ser 500. Neste caso, 20 vezes menos que a renda máxima. Se o mais rico desejar ganhar 12 mil, a renda mínima deve ser aumentada para 600. Os grupos determinam estes valores conforme suas realidades. A grande diferença está em comprometer a participação de todos.

2. Governo líder

A função básica do governo é liderar sua comunidade buscando a melhoria da qualidade de vida de todos. A gestão deve ser transparente e rigorosamente fiscalizada.

É fundamental permanecer líder em contraposição à conquista da liderança no momento da eleição. O líder não poder ser o dono da comunidade. É líder em função da qualidade de suas respostas perante o conjunto da comunidade.

Dois pontos são essenciais e lógicos: a fiscalização do poder e a representação de todos componentes da comunidade.

Os três poderes clássicos é um modelo arcaico estruturado no conservadorismo, no emaranhado processual, no quanto pior melhor.

As leis devem predominar pelo maior período possível sem qualquer alteração. De 4, 5 ou mais anos podem ser revisadas. O legislativo atual é uma fábrica tresloucada de leis e mais leis para complicar cada vez mais a vida de todos.

O judiciário precisa ser independente e justo. Seu papel é cumprir a legislação vigente. Sua missão é melhorar a vida em comunidade, respondendo de forma ágil, justa e participativa.

A fiscalização do poder obedece duas vertentes: a primeira é a obtenção dos resultados prometidos; a segundo é a da transparência e verdade. O gestor público deve conhecer a temporalidade de seu poder. Se os resultados prometidos não acontecerem, deve ser substituído. O mesmo deve ocorrer com a transparência.

A representação precisa estar compromissada com a base da comunidade. O representante é alguém que a comunidade pode acessar para exigir seus direitos. Seu papel é fazer de tudo para melhorar a qualidade de vida da comunidade representada. Ele representa estes anseios perante o gestor público. Se não corresponder, será substituído imediatamente. A comunidade elege outro representante.

A verdade é possível.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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