Presos envolvidos com a quadrilha que levou R$ 164,7 milhões do BC

Hoje a Polícia Federal (PF) prendeu mais três envolvidos com a quadrilha que levou R$ 164,7 milhões do Banco Central (BC) em Fortaleza, no maior assalto da história do País, e está prestes a capturar dois servidores do banco que passaram ao bando informações privilegiadas sobre a segurança interna e o cofre onde o dinheiro estava armazenado. Os três presos eram laranjas que cuidavam de bens adquiridos com o roubo, incluindo dois imóveis, negócios e a guarda de R$ 200 mil em dinheiro, segundo A Tarde Online.

A polícia não dá detalhes sobre os alvos, mas é certo que um dos servidores do banco que colaboraram com a quadrilha pode ser detentor de cargo importante, por causa do teor estratégico das informações que detinha na área de segurança. O outro seria um terceirizado do setor segurança. Sua captura pode ocorrer em breve e é decisiva para elucidação completa do caso. Dos 36 membros da quadrilha, quatro morreram e 26 foram capturados. Restam apenas seis livres.

Suposto mentor do assalto e chefe da quadrilha, Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, foi o último capturado. Após ser detido, na segunda-feira, na cidade-satélite de Taguatinga, ele contou ao delegado Antônio Celso dos Santos, titular do inquérito, que o assalto só foi possível porque a quadrilha recebeu informações valiosas de alguém de dentro do BC.

Mas a excitação em torno da elucidação rápida do caso está levando os policiais a esquecerem detalhes que podem dar dor de cabeça à PF mais adiante. Eles deixaram para trás, abandonados à própria sorte, sem ração, água ou vacina, dezenas de animais no Sítio Rancho Fundo, um dos bens confiscados de Alemão, comprados com dinheiro do assalto. No mesmo dia em que capturou Alemão, a PF prendeu o caseiro da fazenda, Rivaldo de Oliveira, apontado como laranja.

Animais
Os animais - muitas aves e cerca de 40 cabras e alguns bezerros de raça - que Alemão adquirira recentemente para começar uma criação na fazenda, foram confinados num exíguo espaço de 60 metros quadrados. A gritaria dos animais pode ser escutada há longa distância. Animais recém-nascidos apresentam sinais visíveis de fraqueza.
A PF acredita que na fazenda esteja enterrada parte da fortuna roubada do BC e pretende voltar para dar um destino à propriedade e realizar buscas. Enquanto isso, confiou a guarda da fazenda a um pedreiro, Fabrício Nunes Domingos, encontrado trabalhando na propriedade na hora da prisão de Alemão e do caseiro.

Apanhado de gaiato, Domingos não tem a menor noção de como lidar com os animais. "Dei a eles um troço que estava no saco de ração, mas não sei direito o que era e nem sei se era a quantidade certa", observou. A propriedade era usada como uma espécie de esconderijo por Alemão. Ele comprou a terra a baixo preço e realizava benfeitorias. Chama a atenção uma capelinha que o bandido mandou construir no morrinho em frente da casa, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, da qual é devoto.

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Author`s name Pravda.Ru Jornal