Camponeses paraguaios vão novamente às ruas da capital

Camponeses paraguaios vão novamente às ruas da capital

Assunção (Prensa Latina) A intensificação dos controles policiais não será obstáculo para que os camponeses mobilizados por suas reivindicações voltem hoje a tomar as ruas desta capital.

Depois de quatro dias de recesso e em compasso de espera por uma decisão que deveria ter chego na segunda-feira e ficou na promessa, os camponeses reiniciarão suas marchas para pressionar o poder Legislativo a recusar o veto presidencial a um projeto de lei que os beneficiaria.

A mesa diretora do Senado deveria ter definido ontem a realização de uma sessão extraordinária para fazer valer sua determinação anterior sobre a proposta de lei para o subsídio de dívidas vencidas dos camponeses.

No entanto, esses congressistas evitaram o assunto, não convocaram a sessão e nem sequer tentaram inclui-lo na ordem do dia da ordinária da quinta-feira.

O argumento é que não há certeza sobre o acúmulo dos 23 votos necessários para opor ao voto por maioria, primeiro passo para enfrentar a objeção presidencial e abrir caminho a uma futura discussão na Câmara de Deputados, onde são imprescindíveis 41 votos positivos.

Atingindo-se esses números o projeto será promulgado como lei, mas caso a votação seja negativa em apenas uma das instâncias então prevalecerá o veto.

Enquanto isso, o governo chamou ontem os dirigentes dos camponeses a instalar uma mesa de diálogo para chegar a um acordo, o que foi proposto pelo ministro de Agricultura e Pecuária, Juan Carlos Baruja, em nome do Executivo.

Não obstante, Baruja condicionou o início das conversas a que as duas câmaras do Congresso se pronunciem favoravelmente ao veto presidencial do projeto de Reabilitação Financeira dos Pequenos Produtores da Agricultura Familiar Camponesa.

Segundo o ministro, o desejo do chefe de Estado, Horacio Cartes, é propor soluções beneficiosas para todos, como é o refinanciamento das dívidas a prazos convenientes e taxas subsidiadas.

'Este subsídio -disse- fazemos e estamos dispostos a continuar fazendo em insumos, equipamentos, sementes e outros implementos'.

Voltou a assegurar que o Executivo não apoiará nenhum tipo de perdão de dívidas, seja qual for seu valor, porque considera que desta forma se estaria instalando uma cultura de não cumprimento dos compromissos financeiros.

Baruja expressou sua esperança em que o tema seja tratado rapidamente no Senado e este dê sua aprovação ao veto, para depois as autoridades sentarem para conversar com os produtores e os parlamentares.

Diante da advertência da Coordenadora Nacional Intersetorial a respeito de ir com tudo a partir desta terça-feira em suas manifestações, como nunca antes, as forças policiais aumentaram seus homens e o cerco com grades em torno dos pontos das passeatas.

Isso abarca os arredores das sedes do Congresso Nacional e do Palácio de Governo, no Microcentro capitalino, e a residência presidencial de Mburuvicha Róga (Casa do Chefe, em guarani) fora do centro.

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