Auto-aprendizagem: Coimbra desenvolve ferramentas

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Universidade de Coimbra desenvolve ferramentas didácticas para promover a auto-aprendizagem de seniores desfavorecidos na Europa

Ter seniores mais autónomos e mais interventivos em áreas estruturantes da vida quotidiana como a saúde, a actividade, a cidadania, as finanças e a educação é o objectivo de um projecto europeu que envolve investigadores da Universidade de Coimbra (UC). Para tal, a equipa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação desenvolveu um conjunto de recursos didácticos, simples e atractivos, que pretendem ajudar e estimular os seniores desfavorecidos (maiores de 50 anos com baixas qualificações).

Muito focado em conceber produtos gratuitos que possam ser colocados ao dispor de instituições que trabalham com seniores desfavorecidos, o projecto PALADIN - Promover a Aprendizagem e o Envelhecimento Activo dos Seniores em Situações de Desvantagem envolve, além de Portugal, instituições de Espanha, Bulgária, Grécia, Malta, Hungria e Suíça. Trata-se de uma parceria multidisciplinar onde se cruzam diversas perspectivas - científica, de intervenção comunitária e política.

As ferramentas desenvolvidas de raiz pela equipa de Coimbra, que permitem avaliar o nível do «saber cuidar de si», resultam de cerca de dois anos de trabalho realizado in loco em Centros de Dia, Lares de Idosos, Centros de Novas Oportunidades (CNOs) e em instituições do concelho de Lousada, um concelho muito deprimido com elevadas taxas de desemprego. A usabilidade e a utilidade dos instrumentos propostos pelos investigadores foram testadas e validadas em seniores carenciados.

Os recursos criados e adaptados à realidade de cada país participante no PALADIN vão agora ser colocados, gratuitamente, ao dispor das diversas instituições e organismos que trabalham com esta população desfavorecida.

Do projecto vai também resultar um Memorando de "Lições e recomendações para decisores políticos em matéria de aprendizagem ao longo da vida", traduzido em 22 línguas, o que revela que «a tendência europeia vai no sentido de sensibilizar a classe política para a necessidade de criar estruturas e ferramentas que facilitem a aprendizagem e a participação activa das pessoas mais carenciadas e desprotegidas em áreas chave do quotidiano», observa a coordenadora da equipa portuguesa, Albertina Dias.

Devido à sua frágil condição, «a maioria dos seniores desfavorecidos não participa em actividades de educação e aprendizagem e há que inverter esta tendência. Há que promover a mudança de comportamentos, mas, para tal, os decisores políticos têm de entrever formas de ir ao encontro desta franja da população», alerta a investigadora da UC.

Coimbra, 12 de Julho de 11

Cristina Pinto

Universidade de Coimbra

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