Segundo G1, em reunião realizada nesta quinta-feira (27), entre os secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, representantes do Ministério da Saúde e das Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica - ficou acertado que 500 militares vão trabalhar junto com os bombeiros no combate ao mosquito da dengue no Rio.
As Forças Armadas vão montar três hospitais de campanha para hidratação dos pacientes com dengue, na Barra da Tijuca, Deodoro, e no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ao todo, 1.200 militares da área de saúde vão atuar nestes hospitais.
"A intensidade da epidemia atingiu níveis de letalidade insuportáveis. O fato de ter mais de 50 óbitos confirmados e outros 50 sendo investigados é inaceitável para as autoridades sanitárias. Comparativamente com as outras epidemias, esta é a mais letal. Cinqüenta óbitos em 30 mil casos é uma taxa excessivamente alta", declarou o secretário nacional de Atenção à Saúde, José Noronha, acrescentando que o secretário Côrtes será o coordenador das atividades de combate ao vetor e tratamento dos pacientes.
Como nas tendas montadas pelo governo do estado, os pacientes serão encaminhados e transportados para os hospitais de campanha pelas unidades de saúde. Na Barra, os pacientes serão encaminhados pelo Hospital Lourenço Jorge, em Deodoro pelo Hospital Carlos Chagas, e em Nova Iguaçu, pelo Hospital da Posse e Hospital Infantil de Duque de Caxias. No entanto, segundo o secretário, a Aeronáutica vai ser a única a montar um posto de triagem no terminal de ônibus Alvorada, na Barra. As pessoas com suspeita de dengue na região podem ir ao local e haverá um ônibus da própria Aeronáutica que vai transportar os pacidentes que precisarem de hidratação ao hospital de campanha.
A previsão é de que os hospitais de campanha comecem a funcionar na próxima segunda-feira (31). A Aeronáutiva vai montar sua unidade na Sede Campestre do Clube da Aeronáutica, na Barra, onde serão instalados 40 pontos de hidratação. Em Deodoro, o hospital de campanha do Exército vai ser instalado na Vila Militar e vai ter 50 pontos. O hospital da Marinha vai ficar no quartel do Corpo de Bombeiros de Nova Iguaçu com 40 pontos de hidratação.
"Por questões de estratégia e logística das Forças Armadas, os hospitais de campanha funcionarão, em princípio, até o dia 31 de maio. Esperamos que bem antes disso os casos da doença diminuam. Mas se for preciso estenderemos o prazo desses hospitais. Eles permanecerão até o fim da epidemia", garantiu Noronha, acrescentando que, caso haja um agravamento da situação, poderão ser adotadas outras alternativas de atendimento à população com o apoio das Forças Armadas.
O secretário nacional de Atenção à Saúde disse que não iria polemizar com as declarações anteriores do prefeito que teria acusado o Ministério da Saúde de não informar o município sobre os casos de dengue hemorrágico ocorridos em outro estados.
"O dengue tem diminuído em outras partes do país. Não vamos estabelecer polêmicas desnecessárias. Se fosse o meu filho que estivesse morrendo, eu estaria seriamente preocupado", disse Noronha, lembrando que o Ministério da Saúde transferiu para o Rio R$ 10 milhões para ações emergenciais.
O secretário estadual acrescentou que o estado investiu outros R$ 10 milhões em ações contra a dengue. Segundo ele, graças ao dispositivo que garante flexibilidade para remanejamento, a secretaria conseguiu uma suplementação orçamentária para tratar da epidemia.
"O governador Sérgio Cabral determinou que não haja economia no enfrentamento da epidemia", enfatizou Côrtes.
Atualmente, o Rio conta com três tendas de hidratação montadas pelo governo do estado, com 195 pontos instalados. O secretário Sérgio Côrtes disse que outras duas tendas serão montadas na próxima semana, na Penha, ao lado do Hospital Getúlio Vargas, e no município de Duque de Caxias, no Hospital Infantil.
Noronha destacou
Publicada no D.O.
Foi publicado no Diário Oficial de terça-feira (25) projeto de lei do governador Sérgio Cabral que declara que parte do estado do Rio está em situação de emergência por causa da dengue. Com isso, os agentes de saúde estão autorizados a entrar em imóveis fechados para fazer a vistoria.
Desde que os bombeiros começaram a combater o mosquito junto com os agentes de saúde, em 29 de fevereiro, foram vistoriados 83.446 imóveis no Rio. Deste total, segundo a Secretaria estadual de Saúde, os bombeiros não conseguiram entrar em menos de 1% dos imóveis. Os bombeiros também vistoriaram 72.477 caixas d´água foram inspecionadas, sendo que 1.166 precisaram ser cobertas.
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