Os astrônomos de toda a América, do leste da Ásia, da Austrália e da Nova Zelândia testemunharão hoje um raro fenômeno celeste: o planeta Mercúrio, o mais próximo do Sol, passará diretamente entre a estrela e a Terra. É o que os astrônomos chamam de trânsito de Mercúrio, fato que não se repetirá antes de 2016.
Por aqui, a passagem poderá ser vista a partir das 17h12 (horário de Brasília), quando o minúsculo disco de Mercúrio encobrirá uma parte do disco solar. Na Oceania e no leste da Ásia, os observadores terão de esperar até amanhã de manhã. O único planeta, além de Mercúrio, que transita diante da Terra é Vênus, cuja última passagem ocorreu em junho de 2004.
O físico Ferdinando Zapparoli, vice-presidente do Grupo de Estudos e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal) e funcionário do Museu de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), define o trânsito de Mercúrio como uma espécie de eclipse, só que em proporção bem menor.
Como Mercúrio está muito mais distante do que a Lua, ele não é capaz de tapar por completo o disco solar. Assim, o que se verá é o planeta passando diante do Sol, ou seja, transitando pelo disco solar, explica.
Zapparoli recomenda cuidado aos que quiserem fazer a observação do Sol, para evitar danos irreversíveis, como queimaduras na retina e até a cegueira. Segundo o físico, devem ser evitados filtros inadequados como filmes fotográficos velados, óculos escuros, mesmo que de boa qualidade, ou chapas de radiografia.
O equipamento caseiro mais indicado é o vidro para máscara de soldador n.º 14, encontrado em casas de ferragens. Quem não dispuser do recurso, deve olhar para o Sol por no máximo 10 segundos, seguidos de 30 segundos de descanso para os olhos.
Gazeta do Povo
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