Para pensar e, repensar... VI..."linhas ou cartão vermelho?"

Para pensar e, repensar...  VI

                                                                           "linhas ou cartão vermelho?"

Duas semanas, e estaremos no início da campanha eleitoral oficialmente dita e que, temos vindo a procurar "pensar e repensar". Longa e trapalhona, tal "ópera bufa" onde a comédia, é a constante para regalo dos seus protagonistas, tem sido a chamada "pré-campanha". Até S.Exa. o presidente da República, lamenta que campanha eleitoral tenha sido tão longa, referindo que os portugueses tiveram um ano de pré-campanha. Para o "show" a desenrolar no período de campanha, os partidos participantes, apresentaram uma estimativa de despesas que ultrapassa os 8,1 milhões de euros, fazendo com que Marcelo Rebelo de Sousa, alerte para o facto de o excesso de despesas poder não ser bem visto pelos eleitores. Naturalmente, que aqueles (os partidos) estão nas tintas para tal recomendação pois que, alguns deles, estão já a fazer contas com as subvenções que receberão em conformidade com o número de deputados eleitos que, depois de 10 anos de congelamento do seu valor, teve em 2018 um aumento considerável, fazendo-os encaixar cerca de 15 milhões de euros. Não será de "Pensar e Repensar" de onde provém tantos milhões?

Começamos a assistir a campanha em curso, com a aprovação pelo Secretariado Regional do PS nos Açores da lista de candidatos à Assembleia da República, bem como a do PSD sob um sério desentendimento das estruturas locais e que, venceu a posição da Comissão Política presidida por Alexandre Gaudêncio. De igual modo a Comissão Política do CDS/PP na Ilha Terceira, também divulgava a sua lista depois de algum descontentamento interno com a liderança. Seguiram-se com menos foguetório as restantes apresentações do BE, e do PCP e dos novatos PAN, I. Liberal e Aliança mal se ouve falar. Não deixando estes de nos merecer a devida atenção, debruçar-nos-emos nos mais mediáticos.

Demonstrando o centralismo político português, tenha-se em atenção as notícias, principalmente no referente aos partidos mais mediáticos, no anúncio das listas açorianas que referiam a aprovação das mesmas. A do PS, na sua Convenção Nacional reunida em Lisboa. As do PSD e CDS/PP pelos seu Conselhos Nacionais. O primeiro em Guimarães o "berço da nacionalidade" e o segundo na Lisboa "centralista" e toda poderosa.

Exemplo da predominância, da supremacia política centralista, ainda está patente nos "outdoors" publicitários à campanha aonde, junto à ou ao cabeça de lista está o verdadeiro "cabeça" o líder ou a líder nacional em ar protector.

Já começamos a ouvi-los porem palavra e, a procissão ainda vai no adro. Eles são tudo do melhor para os Açores. Promessas não faltam, perante o aceno dos "cabeças" locais que, subservientes, (repetimos), as abanam em sinal de apoio.

Ouvimos de parte do PS o elogio da acção do governo da República e, o pedido de "mais força" para o mesmo. Recordemos as palavras de António Costa quando das eleições para o PE, clamava em comício, que o que importava era um "votinho" na urna. Não têm sido poucos os sinais que o secretário geral do PS e, ainda primeiro ministro, nos tem dado de um futuro próximo e que, até leva o seu "procurador" nos Açores a alertá-lo para a existência de "linhas vermelhas" em relação a declarações  que levam a prever algumas surpresas se, vencedor das eleições, vier a formar  governo. (timidamente, aplaudimos Vasco Cordeiro) Serão que nós açorianos vamos permitir que um dos DDT pise as linhas vermelhas que existem no seu subconsciente como futuro primeiro ministro e no atropelo à embora mitigada Autonomia concedida na Constituição Portuguesa? "Pensemos e Repensemos"

Do PSD fartamo-nos de ouvir promessas de reivindicações sem número e que são, o repetir na sua maior parte, das que já fizeram ao eleitorado, nas eleições de há quatro anos. Rui Rio em quem vemos um anti autonomista confesso, vem aos Açores e toma a liderança dos contactos estabelecidos, perante uma assistência de promissores vencidos que, são sem dúvida os seus candidatos embora, não ponhamos em dúvida a capacidade e o intelecto do seu cabeça de lista.

Do seu fundador (PPDA) agora PSD qualquer coisa, João Bosco Mota Amaral ouvimos na Universidade de Verão da JSD, a defesa da existência de um Círculo Eleitoral para o Parlamento Europeu o que obriga à revisão da Constituição. Admiramo-nos que só agora ele se ache tão empenhado em tal ensinamento. Como aqui já o afirmamos, foi o mesmo, enquanto Presidente da Assembleia da República, recebedor de uma proposta do PDA que entre várias alterações propunha a criação de tal círculo eleitoral. Também, parecendo preocupado com o "boletim meteorológico" que prevê tempos nublados por estas bandas, vem em jeito de prevenção dizer (...) que os candidatos a deputados e também a Primeiro-Ministro que não assumam um compromisso claro em relação a esta matéria perante o Povo dos Açores, não merecem receber aqui sequer um voto" Há a acrescentar muitas outras matérias que exigem igual atenção e que com o andar da campanha nos referiremos. Até lá, "Pensar e Repensar" será a nossa missão.

                                                           "A liberdade é o direito de fazer o próprio dever".

                                                                                    (Auguste Comte)

                                                       criador da corrente de pensamento chamada Positivismo

José Ventura

2019-09-12

O autor rejeita por opção o acordo ortográfico

 

 

 

 

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