Fim da era Yeltsin

Vladimir Putin declarou ontem que de acordo com o artigo 117 da Constituição da Rússia, demitiu o governo não porque teve maus resultados mas por causa do desejo de demonstrar a direcção do país após as eleições presidenciais em 14 de Março.

De acordo com as declarações do Presidente, a sua estratégia é apresentar ao país quem vai ser nomeado para o próximo governo para que seja legitimado na eleição do Presidente, para evitar incertezas e para manter a eficácia das reformas.

“De acordo com o artigo 111 da Constituição, tenciono introduzir a nomeação do chefe do governo na DUMA estatal, que tem de considerar esta nomeação para confirmação. Depois da confirmação, o Primeiro-ministro tem de submeter as suas propostas para a estrutura dos novos corpos executivos federais”, disse o Presidente.

Kasyanov assim caiu, o que era esperado logo após a sua nomeação. No entanto, ficou no lugar muito mais tempo do que muitos pensaram, desde 7 de Maio de 2000. Muitos pensaram que cairia após um ano, depois após dois anos mas assim foi ficando.

De facto os rumores que Vladimir Putin tinha um acordo secreto com a “família” de Yeltsin são menos credíveis que outros factos que apontam para uma realização eficaz do posto pelo Primeiro-ministro, que por fim ficou liberal demais para os gostos da população russa e por isso, do Putin.

O equilíbrio de poderes dentro do país agora vai ser restabelecido. Candidatos para Primeiro-ministro são Alexei Kudrin (Vice-primeiro-ministro), Boris Aleshin (Vice-primeiro-ministro) ou Sergey Ivanov (Ministro de Defesa).

A leitura de muitos peritos é o seguinte: o próximo Primeiro-ministro será um “kamikaze” que irá apresentar as medidas mais impopulares à DUMA Estatal, e garantir a sua votação a favor, antes de ser substituído pelo sucessor de Putin.

Ivan PODGORNY PRAVDA.Ru

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