A campanha está dominada pelo partido 'Rússia Unida', de Vladimir Putin, duas semanas apenas das eleições legislativas na Rússia, no dia 2 de dezembro, que classifica o pleito como um plebiscito antecipado e extremamente importante para sua manutenção no poder, relegando ao segundo plano às eleições presidenciais de março.
"Moscou vota Putin!", garante um gigantesco cartaz posto pelo partido, a metros do Kremlin.
Com as eleições se aproximando, a campanha em prol do partido Putin é maciça, principalmente nos meios de comunicação controlados pelo Estado, em especial a televisão. Artistas e personalidades aparecem regularmente pedindo que a população vote "na estabilidade" do poder atual.
Entretanto, algumas autoridades internacionais já apontam problemas na observação das eleições. A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) cancelou, na sexta-feira passada, a sua missão de observação, citando obstáculos que as autoridades russas teriam imposto.
Contudo, as denúncias da oposição, que afirma haver degradação do clima político e o retrocesso da democracia não são apoiadas pela maioria da população, sem fortes vínculos com a política e satisfeita com as melhorias nas condições de vida durante os oito anos de Putin.
"Estamos cansados dos movimentos políticos, queremos calma e estabilidade. Tentaram nos tornar obsoletos e conseguiram" escreveu o editor Simon Novoproudski do jornal Vremia Novosteï, em uma crônica desesperada sobre a ausência de sociedade civil na Rússia.
A oposição russa organiza uma nova "Marcha do desacordo" para este sábado 24 de novembro em Moscou, para denunciar que as eleições estão sendo "transformadas em um referendo".
Durante esse tempo, as manifestações que pedem que Vladimir Putin "permaneça como o líder nacional" se multiplicam por todo o país. Esses movimentos, organizados pelo Kremlin segundo a oposição, culminaram nesta semana com a criação de uma organização batizada "Por Putin".
O chefe do Estado anunciou no dia 1o de outubro que irá encabeçar a lista do "Rússia unida" para as legislativas, o que é considerado pela oposição como uma operação para se manter no poder, já que Constituição proíbe que ele concorra às eleições de março, já que cumpre o segundo mandato consecutivo.
Putin afirmou, no dia 13 de novembro, que uma vitória do seu partido -- com 67% dos votos segundo a última pesquisa do instituto independente Levada) daria a ele o "direito moral" de influenciar no Parlamento e no governo do Kremlin, de acordo com a AFP.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter