Fradkov, que participou de uma reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, previu uma "participação mais ousada" das empresas russas. E mencionou alguns fatores que, até o momento, têm impedido um fluxo comercial maior.
"Tenho a impressão de que aspectos como a distância geográfica e a diferença de idioma dificultaram o desenvolvimento comercial entre os dois países. Mas não será difícil compensar esses problemas se nos esforçarmos", disse o primeiro-ministro russo.
O intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia, em 2005, atingiu o recorde de US$ 3,6 bilhões. Porém, ainda é considerado baixo, considerando o tamanho das duas economias.
O primeiro-ministro russo, que havia se reunido na terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comentou que "é preciso aproveitar o momento político favorável para estreitar os laços da interação".
"Nossos interesses mútuos são amplos e não devem se limitar à exportação de produtos agrícolas ou minerais. Isso ficou claro, por exemplo, com a missão espacial", citou Fradkov, referindo-se à viagem de Marcos César Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, na nave russa Soyuz.
O primeiro-ministro lembrou também outros setores em que acredita ser prossível uma "ampliação substancial no volume de cooperação": energético, industrial, científico e técnico-militar.
Um exemplo, para ele, é o projeto de construção de um gasoduto para transportar gás natural da Venezuela ao Brasil e à Argentina. Na sua opinião, é possível até uma cooperação entre as estatais Petrobras e Gazprom.
"Nossos engenheiros têm uma grande experiência no assunto e poderiam tomar parte do projeto", afirmou.
No setor agrícola, Fradkov sugeriu a abertura de "horizontes mais amplos, indo além dos derivados de carne e dos adubos". Por isso, defendeu "uma colaboração no aspecto tecnológico da agricultura".
Na sua opinião, Rússia e Brasil são dois países "com grande potencial", apontados "freqüentemente" como economias competitivas.
Fradkov foi recebido em São Paulo pelo presidente do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, que assegurou que as relações bilaterais "estão no seu melhor momento".
"Após um período de longo amadurecimento, superamos os preconceitos e as diferenças ideológicas. Agora, nossas relações comerciais estão livres de vícios e distorções", acrescentou Pratini de Moraes.
Segundo o presidente do Conselho Empresarial, o momento da visita é "excepcional", já que o Brasil hoje é o terceiro maior exportador de produtos agropecuários para a Rússia.
Segundo "Último Segundo"
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