O governo iraquiano é integrado por uma maioria de ministros xiitas, grupo que também domina a maioria das instituições do Estado relacionadas com a segurança, como a Polícia, o Exército, e os serviços secretos.
O "primeiro-ministro" Jaafari, numa conferência de imprensa realizada em Bagdad, informou que o seu Governo abriu uma investigação especial sobre as alegadas torturas, 24 horas depois de o Ministério do Interior ter informado que estava a interrogar vários oficiais alegadamente implicados nos maus-tratos aos presos, acusados de terem cometido atentados no país.
«Fui informado de que 173 detidos numa prisão pertencente ao nistério do Interior sofriam de subnutrição e foram torturados», disse Jaafari, que não assinalou o local onde se cometeram os abusos. O subsecretário do Ministério do Interior para a segurança, general Hussein Kamal, explicou à imprensa que a citada prisão está situada no distrito de Al Yadrie, no sul da capital iraquiana.
Jaafari afirmou que ordenou a criação de uma comissão especial para investigar as acusações, que deverá ter o seu relatório nas próximas duas semanas e que os detidos serão transferidos para um lugar melhor, onde receberão tratamento médico.
Kamal, por seu lado, disse que o vice-primeiro-ministro iraquiano, o curdo Roz Nouri Shawis, presidirá ao comité investigador.
Os partidos e organizações árabes sunitas do Iraque acusaram, em repetidas ocasiões, os funcionários do Ministério do Interior e as milícias xiitas curdas de torturar, inclusive até à morte, centenas de detidos da sua comunidade.
Luís Carvalho
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