ATENTADO NO EGIPTO

Um grupo fundamentalista islâmico, auto-denominado "Brigadas Abdullah Azzam", já reivindicou este atentado que teve lugar na época alta da mais concorrida estância balnear egípcia, Sharm El-Sheikh. O alvo teriam sido os turistas ocidentais ali presentes, mas a esmagadora maioria das vítimas foram egípcias.

O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, enviou ao seu homólogo egípcio um telegrama de condolências. Onde expressou a seguinte análise: "o terrorismo internacional ao cometer um crime horrendo atrás do outro - na Rússia, na Grã-Bretanha, Egipto e outros países - está a tentar fazer com que o mundo civilizado viva num clima de total medo e violência. A única resposta possível para este desafio que a Humanidade enfrenta é cerrar fileiras e unir a nossa acção para rebater esta ameaça bárbara". Mas é preciso dizer mais. A presente onda de terrorismo requer também uma outra resposta, pois vem colocar em causa a chamada "política anti-terrorista" liderada pelo actual governo dos Estados Unidos da América. Que para além do seu conteúdo errado tem servido de cobertura e pretexto para acções de puro imperialismo, de rapina de riquezas dos povos - como foi a invasão do Iraque. Ora é na acção do imperialismo que tem origem a presente onda de terrorismo. Não apenas pela exploração e opressão dos povos. Mas até directamente, pois, como é sabido, o fundamentalismo islâmico de cariz belicista e terrorista foi activamente apoiado pelo Estado norte-americano em diversas situações. Sem dúvida que uma resposta imediata ao terrorismo implica medidas de segurança. Mas estas não têm nada a ver com a invasão de países, como aconteceu no Afeganistão e no Iraque, ou com uma postura de "atirar primeiro e perguntar depois" para com pessoas pacíficas que possam ter uma aparência árabe - como aconteceu ao pacato cidadão brasileiro assassinado a tiro pela polícia em Londres. O terrorismo não tem perdão nem justificação alguma. Mas é preciso dizer que o mal estar que se vive no mundo árabe, e que serve de viveiro para os movimentos fundamentalistas islâmicos, não deriva da natureza da religião muçulmana nem da cultura daqueles povos. Mas do seu estádio de desenvolvimento sócio-económico, do colonialismo a que foram submetidos, do neo-colonialismo - e respectivos regimes oligárquicos autoritários - em que vivem, da profunda opressão em que sobrevive o povo palestiniano e... também já da "política anti-terrorismo" personificada em George W. Bush. É preciso uma alternativa!!! Uma verdadeira política anti-terrorismo terá de passar, acima de tudo, pelo respeito da independência e dos direitos dos povos. Concretamente, entre outras medidas, pela criação de um verdadeiro Estado palestiniano - e em paz, e pela retirada das tropas norte-americanas do Iraque - a serem substituídas por verdadeiras forças de segurança sob a égide da ONU, até que seja possível reconstruir o Estado iraquiano. Luís Carvalho PRAVDA.Ru PORTUGAL

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