John Kerry – o Candidato

Quem é John Kerry?

Filho dum diplomata norte-americano, John Kerry lutou em Vietname antes de voltar aos EUA e integrar o movimento para a paz. Mais tarde, na sua função de Presidente da Comissão Especial do Senado de Prisioneiros de Guerra e Militares Desaparecidos, construiu as bases para a reparação e a normalização das relações entre os EUA e Vietname.

O senador John Kerry tem uma vasta experiência em assuntos externas, com 18 anos na Comissão de Relações Exteriores do Senado, dando-lhe profundos conhecimentos nas áreas de relações externas mas também em questões de segurança nacional.

Fazia parte da investigação Irão-Contra e trabalhou no caso BCCI, antes de ser membro da Subcomissão sobre Assuntos da Ásia-Leste e Pacífico e Presidente da Subcomissão das Relações Exteriores para Terrorismo, Narcotráfico e Operações Internacionais.

Kerry vs. Bush

John Kerry critica a política externa de George Bush, chamando-a inadequada, irresponsável, arrogante e ideológica, um ponto de vista que vai de mãos dadas com a opinião do resto da comunidade internacional. Enquanto George Bush afirma que os Estados Unidos da América lideram o mundo com força e confiança e que o mundo é um sitio melhor sem Saddam Hussein, a verdade é que no início do Terceiro Milénio, a comunidade internacional precisa, e quer, lideres que demonstram integridade, responsabilidade e honestidade, não aqueles que mentem, forjam documentos e desrespeitam a lei internacional.

A administração de George Bush, evidentemente preocupada da seriedade da ameaça chamada Kerry, começa a jogar a cartada “segurança nacional”, dizendo que Kerry irá deixar os EUA “inseguro, perante a ameaça externa”, enquanto o vice-presidente Cheney faz eco dos medos da massa corporativa que gravita a volta da Casa Branca, insinuando que uma vitória de Kerry irá significar cortes nos programas de defesa, dos serviços da inteligência e nos programas de armamento.

De facto, Kerry pretende melhorar os serviços de inteligência, especialmente depois do recorde muito duvidoso da administração de Bush, que nem sequer completou ainda a Revisão da Inteligência Nacional, que iniciou há quatro anos. O livro de Kerry, a Nova Guerra, escrito em 1997, traça as linhas-guia governando a segurança nacional dos EUA no século 21. Longe de ser inseguro perante uma ameaça, Kerry é um perito nesta área.

Por quanto tempo, também, pode essa “ameaça externa” ser vantajoso para Bush? O povo norte-americano não irão basear sua decisão no dia de voto sobre a guerra no Iraque, nos crimes de guerra ou os actos de assassínio em grande escala pelas tropas do seu país. Vão basear sua decisão em assuntos económicos nos Estados Unidos, assuntos que sentem nos seus bolsos.

As pessoas vão votar a pensar em emprego, impostos, educação e saúde. Bush cortou os impostos, criando as condições para o clique de firmas a volta da Casa Branca – os super-ricos dos Estados Unidos – enriquecerem ainda mais. A classe média – a espinha dorsal do país – está mais pobre. Estas pessoas precisam dum candidato que ajudá-los-á com os seus impréstimos de habitação, os planos de saude, os custos de educação.

Bush perdeu 3.000.000 empregos. Três milhões de empregos. O plano imediato de Kerry é recriar estes empregos dentro do primeiro ano e meio da sua presidência. Bush representa a minoria com dinheiro. Kerry representa os interesses do povo, a maioria de quem nem votou em Bush há quatro anos.

Kerry-Edwards “Dream Team”?

John Edwards disse que “não”, Kerry disse que tinha “muito respeito” por seu adversário de campanha, mas apesar da popularidade que Edwards tem em alguns sectores do seu partido, há outros candidatos melhor posicionados para ganhar estados e votos quando conta mais. Entre estes são o Senador Bob Graham da Flórida, Governador Bill Richardson de Novo México (importante também para a obtenção do voto hispánico) ou Dick Gephardt, de Missouri.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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