O Relatório Anual do Ópio de Afeganistão do Departamento da ONU sobre Droga e Crime foi apresentado em Moscovo na quarta-feira pelo Diretor Executivo deste organismo, António Maria Costa.
O relatório deixa claro que os barões de droga no Afeganistão estão de volta após a queda do regime dos Talebã e a incapacidade do governo de Karzai de estabelecer sua influência fora das grandes cidades.
António Maria Costa ligou a produção de droga com duas vertentes a desestabilização do país e o crescimento de terrorismo internacional. No relatório, declara que 2003 viu um aumento da produção de ópio e que o Afeganistão produz 75% da produção mundial desta substância. Ópio, que é transformado em heroína, tem sido um flagelo nas cidades russas após o fim da União Soviética. Viktor Cherkesov, Presidente da Comissão Estatal sobre o Controlo de Drogas, declarou numa conferência de imprensa em Moscovo também na quarta-feira que 96% da heroína apanhada pelas autoridades provém do Afeganistão, entrando na Federação Russa através de Tajiquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Turquemenistão e Cazaquistão. Cherkesov declarou ainda que praticamente todas as drogas concentradas, como cocaína, heroína e amfetaminas são transportadas para o nosso país, provenientes de países estrangeiros.
Desde o final da União Soviética, o número de toxico-dependentes tem aumentado por 10 vezes, o número de crimes relacionados com drogas por 15 vezes e a exposição da população a drogas, 80 vezes.
A Comissão de Cherkesov está a investigar maneiras de melhorar a legislação no sentido de ganhar mais eficácia no combate a esse flagelo.
Ivan PODGORNY PRAVDA.Ru
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter