Trinidad e Tobago
Saudamos a Quinta Cimeira das Américas com a esperança de que os novos ventos que anunciam a solução diplomática dos diversos conflitos alcancem esta parte do mundo e que as relações entre nossos países e povos assumam uma nova dimensão no marco de uma multipolaridade genuinamente solidária e pulcra no respeito à soberania das nações.
O conflito social e armado que azota à Colômbia desde há mais de 60 anos e que afeta a convivência continental, afunda suas raízes na sua secular dependência da metrópole, na voracidade dos latifundiários, nos abismos sociais, assim como também na prática sistemática do assassinato político que enloda a história nacional desde as épocas da conspiração setembrina contra o Libertador Simón Bolívar no ano de 1828, caso único em América Latina, onde a oligarquia tem feito da eliminação física de seus opositores uma vergonhosa e permanente ferramenta para perpetuar-se no poder.
A aplicação da Doutrina de Segurança Nacional desde meados do século passado, aprofundou as diferencias internas e estimulou a violência política institucional e para institucional dando origem ao alçamento popular de resistência que desembocou posteriormente na conformação e consolidação de movimentos revolucionários político-militares com propostas programáticas para a construção de um novo regime que supere as injustiças e a barbárie e que possa lançar nosso povo rumo aos horizontes de grandeza sinalizados já pelo Libertador.
Os cimentos do conflito colombiano são, então, de caráter político-social e uma estratégia de superação deve centrar esforços em tal realidade.
Convidamos a Quinta Cimeira a contribuir na procura de caminhos civilizados de superação do conflito colombiano e no imediato, à concreção de um Acordo Humanitário que possibilite um Intercâmbio de prisioneiros de guerra e trabalhe por proteger a população civil dos efeitos da confrontação militar.
Fazemos votos por avanços significativos que terminem definitivamente com o infame bloqueio à República de Cuba, por decisões nos términos do intercâmbio privilegiando com os países mais fracos, por avanços na luta contra o narcotráfico, entendendo o tema dos entorpecentes mais como um fenômeno social e de saúde pública do que policial, assim como medidas concretas que protejam a biodiversidade e o clima, da irracionalidade existente hoje.
Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 15 de abril de 2009
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