O presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou quarta-feira o envio de mais de 21.500 militares para o Iraque. Bush sublinhou ser impensável agora recuar no Iraque, pois uma retirada antecipada iria provocar «assassínios em massa numa escala inimaginável», afirmando que recusou os apelos de democratas para a redução das tropas.
O presidente norte-americano admitiu que foram cometidos erros na estratégia para o Iraque, nomeadamente um número insuficiente de militares, e assumiu totalmente a responsabilidade por eles.
Normalmente avesso a admitir erros ou enganos, Bush disse que os novos planos militares foram revistos para precisamente resolver os problemas criados pelos falhanços.
«Os nossos esforços no Iraque falharam devido a duas razões principais: não havia militares norte-americanos e iraquianos suficientes para garantir a segurança dos bairros que tinham sido limpos de rebeldes e de terroristas e houve demasiadas restrições impostas aos nossos militares que estavam lá», reconheceu Bush, num discurso à nação sobre a nova estratégia para o Iraque.
Os estrategos militares norte-americanos alteraram a estratégia para «garantir que esses erros seriam corrigidos», disse, referindo que a partir de agora os militares norte-americanos vão combater ao lado das forças iraquiana, integrados nas suas unidades.
Deste modo, acrescentou, as forças norte-americanas terão uma «missão claramente definida de apoio aos iraquianos na limpeza e segurança dos bairros, de ajuda na protecção da população local e de garantir que as forças iraquianas têm capacidade para fornecer a segurança de que Bagdad precisa».
O presidente norte-americano disse ter obtido do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, a promessa de que o governo de Bagdad se vai empenhar mais a fundo no combate à violência e que nesse sentido tenciona assumir a responsabilidade pela segurança em todas as províncias iraquianas até Novembro.
«Um fracasso no Iraque seria um desastre para os Estados Unidos. Um Iraque democrático não será perfeito. Mas será um país que combate os terroristas em vez de os abrigar», sublinhou.
«Mesmo que a nova estratégia funcione como planeado, temos de esperar mais mortes de militares norte-americanos e de iraquianos. A questão é se a nossa estratégia nos vai aproximar mais do êxito. Creio que sim», disse.
Por outro lado, anunciou a instalação de mísseis anti-míssil Patriot na região do Próximo e Médio Oriente para «sossegar os amigos e aliados» de Washington e reforçar a segurança no Iraque.
«Vamos tomar outras medidas para aumentar a segurança do Iraque e proteger os interesses norte-americanos» no Próximo e no Médio Oriente, disse o presidente dos Estados Unidos.
Para além do envio de mais um grupo aéreo-naval para aquela área Bush prometeu alargar a cooperação em matéria de informações e instalar sistemas de defesa aérea Patriot para dar garantias aos amigos e aliados dos Estados Unidos.
Sobre este assunto disse apenas que contava trabalhar com os governos da Turquia e do Iraque para os ajudar a «resolver os problemas ao longo da sua fronteira».
«Vamos trabalhar com outros (países) para impedir o Irão de se dotar com a arma nuclear e de dominar a região», prometeu ainda.
Para que a sua estratégia para o Iraque seja aprovada, George W. Bush terá de convencer a nova maioria democrata no congresso.
Com Diário Digital
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter