Tanzânia: CARITAS prevê crise alimentar

A instituição de caridade da Igreja Católica, CARITAS, lançou a alerta que na Tanzânia, poderá haver uma crise alimentar no próximo futuro devido a falhas graves nas colheitas, provocadas pela falta de chuvas.

Referindo aos maus resultados da colheita, CARITAS utilizou o termo “grandes partes do país” em descrever a situação de possível crise alimentar nos próximos meses. Por exemplo, nos distritos de Ngorongoro e Karatu, no norte do país, só 20% da colheita esperada foi colhida.

As informações de CARITAS foram corroboradas pela Rede de Sistemas de Aviso Precoce sobre a Fome, RSAPF, dos Estados Unidos da América. O período em que a população no norte do país será o mais vulnerável, será entre Janeiro e Junho de 2006.

Apoio do Banco Mundial e as necessidades no terreno

A situação das pessoas no norte da Tanzânia providencia um bom exemplo das lacunas entre as necessidades no terreno e os projectos traçados nos escritórios no nível mais alto.

Os 150 milhões de USD em crédito concedidos pelo Banco Mundial, para apoiar a Estratégia Nacional para Crescimento e Redução de Pobreza, não figuram nem nas contas da CARITAS, nem nas da RSAPF, porque esses milhões de dólares vão ser empregues em medidas macro-económicas, ou na preparação de condições para tornar os mercados da Tanzânia mais apetecíveis à comunidade internacional, não em necessidades primárias e de primeira necessidade para a sobrevivência da população.

Esse tipo de medidas fornece mecanismos para facilitar a privatização dos mercados, abrindo-os a multinacionais, fornece uma cultura de competitividade em sectores onde não existia, criando perigosas lacunas a jusante e fornece uma cultura que realce a importância da linha de fundo das contas sobre o desenvolvimento ou sobrevivência humana.

Por isso pode concluir-se que os cento e cinquenta milhões de dólares que o Banco Mundial emprestou à Tanzânia em Setembro, pouco ou nada vai pesar nas vidas das populações cujas colheitas falharem por razões climatéricas.

É um belo ponto de partida para iniciarmos o ano de 2006, na análise sobre se a comunidade internacional de facto faz todo o que seria possível para ajudar as populações africanas de facto e não só cosmeticamente.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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