Meu filho é a "ovelha negra" da família. Quantas vezes já ouvimos isso? Os pais devem saber administrar suas expectativas quando seus filhos têm gostos diferentes e uma personalidade forte, diz Marina Fuentes.
Não é uma questão de entrar em conflito, é mais um jogo para ver onde os interesses podem se encontrar e sem tensão.
Desde pequeno, Fabio Muniz gosta de tudo o que tem a ver com o esporte. Ele joga futebol, tênis e squash. Quando seu filho Álvaro nasceu, o pensamento natural do pai era "um companheiro para jogar bola". Sete anos depois, a realidade é bem diferente de suas expectativas. Álvaro não se importa com nenhum esporte, e o que ele realmente gosta é de jogar Lego e videogames.
Dada a preferência da criança, Fabio tenta se encaixar com os blocos de construção. Uma frustração para muitos pais se tornou uma nova realidade para Fabio. Mas este nem sempre é o caso.
Para a psicóloga Rosane Mantilla de Souza, professora de psicologia do Centro para a Família, PUC-SP, é comum que os pais projetem suas vontades sobre seus filhos. "Quando se 'constrói' uma criança, há muitas expectativas. Algumas no sentido de que ele ou ela se torne como você, outras para ser totalmente diferente".
Embora a menção da futura profissão do bebê possa ser vista como uma brincadeira, um plano concreto será realizado. E ele deve ser medido. "Embora a expectativa seja normal, você deve perceber a realidade da criança", diz Rosane. "Em um caso típico: se o pai sempre sonhou em tocar piano clássico e compra um piano de cauda para uma criança de cinco anos, tudo bem ajudar a criança a ter algumas lições e encorajá-las. Mas obrigar a criança a praticar após meses de resistência - e lágrimas - isso vai além do limite".
Os pais que insistem em suas próprias preferências e expectativas em detrimento de seus filhos podem até mesmo influenciá-los na escolha de sua profissão. Muitas crianças tentam seguir a carreira da família como uma forma de agradar aos pais ou ser como eles. Outros escolhem caminhos alternativos, mas somente depois de tentarem se ajustar.
A estilista, Camilla Sales, 30, vem de uma família de advogados e demorou um pouco para encontrar sua vocação. "Meu pai e meu avô queriam que eu fosse advogada". Eu tentei: Trabalhei com meu pai por dois anos até que um dia o chamei para almoçar e disse que não estava feliz e que gostaria de estudar moda. Ele tinha certeza de que eu iria atuar como advogado profissionalmente", diz ela.
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta, Cecilia Maria Nascimento, professora de psicologia, muitas vezes "ser diferente" é apenas uma forma de buscar a atenção dos pais.
"Percebendo que ele ou ela não será capaz de olhar do jeito que os pais querem, muitos filhos vão para outro extremo", explica ela. Uma criança que se sai bem na escola, mas não pode ser a primeira classe, pode se tornar um mau aluno. "Eu sempre sugiro minimizar os comentários quando a diferença é negativa, como no caso das notas ou notas escolares". Falar é apenas uma maneira de reforçar o comportamento", recomenda ela.
Ainda que este seja um comportamento natural, é preciso diferenciar o que é um chamado à atenção e o que é um transtorno de comportamento. Os padrões agressivos ou repetitivos de mentira podem ter outra fonte e merecem atenção especial, com a ajuda de um profissional.
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