Ao menos 438 menores presos, entre eles cinco com menos de 14 anos, e uma menina de 12. Sete deles, sem nenhuma acusação formal. 238 permanecerão detidos até atingirem 18 anos, quando poderão ser processos legalmente. Tudo isso, como sempre, sob o mais absoluto silêncio por parte de Washington, da chamada comunidade internacional e da grande mídia
Edu Montesanti
Segundo dados do Serviço Penitenciário israelense, o número de menores de idade detidos por supostos delitos contra a segurança subiu de 170 em setembro, para 438 em fevereiro deste ano. Dentre esses menores, incluem-se cinco meninos com menos de 14 anos e 12 meninas, sendo que uma delas tem 12 anos de idade. Os menores com idade entre 14 e 16 anos somam-se nada menos que 96. 54%, ou 238 deles permanecerão reclusos até cumprirem 18 anos, quando poderão responder a processos na Justiça.
Grupos de direitos humanos na região têm protestado, afirmando que além de não haver sequer acusação contra eles, manter menores encarcerados viola os direitos do menor e apenas aumenta a possibilidade de que eles venham a seguir o caminho da resistência violenta, ou mesmo em envolvimentos terroristas.
O coordenador dos dados da ONG B'Tselem, Itamar Barak, criticou a política de Tel-Aviv (segunda maior cidade de Israel) de prender menores. "É um sistema opressivo que se baseia exclusivamente em encarceramento", disse ao jornal israelense Haaretz. "Não há nenhuma tentativa de fornecer alternativas à prisão", acrescentou.
"O que aprende sobre a vida, sobre o mundo e sobre o conflito israelo-palestino, uma criança de 14 ou de 16 anos que passou um ano na cadeia? Tudo o que faz, é voltar a um ciclo de violência", disse o especialista.
Já a Associação para os Direitos Civis em Israel acredita que "esta prática preocupante [detenção de menores] contraria os princípios da Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, e viola as orientações e os princípios da Lei israelense".
Ocupações Criminosas
Enquanto isso, o governo do primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu acirra os ânimos com ditos e feitos autoritários, e aumenta o assassinato de civis palestinos através do exército israelense na Faixa de Gaza, e da ocupação criminosa na Cisjordânia.
Na primeira semana de fevereiro, o primeiro-ministro israelense de ultra-direita, que havia recentemente suspendido injustificadamente três parlamentares palestinos do Knesset (http://www.middleeasteye.net/news/3-palestinian-knesset-members-suspended-israeli-ethics-committee-1065017198), declarou que pretende banir do Parlamento local políticos palestinos. Segundo ele, "a democracia deve se proteger, e se defender" (Al-Jazeera, Israel: This isn't how you defend democracy:
http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2016/02/israel-defend-democracy-knesset-members-palestinians-160214094237757.html?utm_source=Al+Jazeera+English+Newsletter+%7C+Weekly&utm_campaign=816559c23c-weekly_newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_e427298a68-816559c23c-224543341).
Duas semanas antes, em 21 de janeiro, Israel confirmava "planos de se apropriar de uma grande extensão de terra fértil na Cisjordânia ocupada perto do rio Jordão", segundo a agência Reuters. Tudo sob o mais absoluto silêncio do regime de Washington, da chamada comunidade internacional e da grande mídia da ditadura da informação, o que deixou o caminho aberto para que, em 14 de abril, o regime sionista tenha aprovado mais 250 criminosas ocupações na Cisjordânia.
Segundo a lei internacional, a construção de casas civis israelenses em territórios ocupados ou anexados é ilegal. Em 1967, o governo sionista havia ocupado ilegalmente a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, territórios que os palestinos exigem ainda hoje.
Golpe contra Dilma: Geopolítica Global em Contexto
Não é novidade que os sionistas são proprietários dos principais meios de comunicação, brasileiros e internacionais, nem que entre os principais lobistas da política norte-americana está exatamente a cúpula política e empresarial israelense. Já a ONU, único organismo internacional que, em tese, poderia barrar os crimes do Estado de Israel, tem como seu maior financiador exatamente ele, Tio Sam.
De maneira simples e bem curta, tais fatos respondem: o apoio irrestrito dos norte-americanos a todos os crimes de Israel, sem medir cinismo ao se outorgar o título de defensor global da democracia; a omissão conivente da ONU e da mídia internacional; e a ofensiva de ultra-direita na América Latina, região mais rica em biodiversidade do planeta que tem ainda a Venezuela como maior reserva petrolífera do mundo, e o Brasil, com o petróleo da camada pré-sal, elevado à segunda posição na lista mundial, além da própria Bolívia, das mais ricas do mundo em gás natural.
No caso particular da presidente Dilma Rousseff, tem como agravante para os xerifes do mundo o fato de se opor abertamente às ocupações sionistas, de ser favorável à elevação da Palestina ao status de Estado junto à ONU com solução da criação de dois estados na região, e mais recentemente, em janeiro, por ter negado a indicação de Netanyahu para que Dani Dayan fosse novo diplomata de Israel no Brasil, exatamente pelo fato deste defender tais ocupações.
Seria mesmo muita ingenuidade imaginar, levando-se em conta a realidade dos fatos e os próprios precedentes históricos, que a chefe de Estado brasileira saísse impune diante disso tudo. E como WikiLeaks tem confirmado todas as evidências da aliança historicamente corrupta de lideranças religiosas com a política, e mais ainda, que a comunidade religiosa predominante no Brasil é considerada "parceira" do regime sionista-norte-americano (telegramas secretos), não é de se surpreender, tampouco, que os patéticos "defensores da vida" das confrarias religiosas tupiniquins não apenas se calem, como até defendam abertamente os "apenas colonos" israelenses, como tem ocorrido ao longo dos anos e mesmo em janeiro deste ano, opondo-se à decisão da presidente Dilma de negar o "diplomata" favorável a este crime contra vidas humanas e contra todas as leis internacionais.
Pois isso tudo é parte integrante do cenário de III Guerra Mundial buscada pelos porões do poder israelo-norte-americano a fim de derrubar oponentes emergentes, modificar consideravelmente a ordem mundial e implantar um domínio global baseado no poderio bélico, sem restrições e sem questionamentos - sob argumento de "combate ao terror" e "às epidemias".
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